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Hoje o dia acordou diferente...

Ao abrir a janela do sobrado, senti a brisa invadir quarto adentro, brincando com meus longos cabelos soltos.

Marcava sete horas da manhã no relógio despertador de cabeceira, e eu acabava de acordar. Fechei os olhos e aspirei com vontade o ar puro, produzido pela vasta vegetação da cidade. Ao abrir os olhos, deixei um sorriso brincar em meus lábios, anunciando que a alegria fazia morada em meu coração.

Faltava uma semana para o Natal, e eu ainda não havia saído da cidade universitária em direção a casa dos meus pais. Permaneci ali por mais alguns dias, naquele quarto alugado, próximo a faculdade, a fim de ficar perto de João Victor por mais tempo. Estudávamos na mesma faculdade de engenharia, curiosamente na mesma turma, e ambos estávamos a um passo de nos formar.

Mais um ano e adeus provas e testes! A organização da Reitoria do Campus fez questão de nos presentear com uma festinha de despedida, pois retornaríamos em março do ano posterior. Havia se passado uma semana, mas ainda estávamos por ali.

Eu amo aquela cidade universitária. Tantos parques e jardins belíssimos! E, visto que a hora de partir estava próxima, quis aproveitar meus últimos dias. Como havia vários hotéis, estrategicamente espalhados pela cidade, os estudantes tinham várias opções de hospedagem. Sim, nós iríamos para a casa dos nossos pais. Este seria nosso primeiro Natal juntos, e eu estava totalmente desconfiada de que João Victor me pediria em noivado. Ele não parava de jogar indiretas, logo deduzi que o presente reluzente, o qual brilhava quase tanto às luzes natalinas, seria o famoso e aguardado anel de ouro de noivado.

Ledo engano: se eu soubesse o que estava por vir, jamais nutriria tal esperança. Eu recebi um presente de surpresa, mas estava mais para Caixa de Pandora que algo valioso.

E eu achando que chegaria à casa dos meus pais e teríamos nossa costumeira ceia natalina! E depois nós nos reuniríamos ao redor da grande árvore de Natal com seus enfeites branco e cor de rosa, pois remetia a Natais fora do país. E eu era louca para ver neve, em especial; no fim de ano na época natalina.

Confesso que meus pais faziam todas as minhas vontades. Sou filha única, então já viu! Nossas festas eram doces, agradáveis e felizes, junto com meus avós, ainda vivos, a irmã de mamãe e o Thob; nosso cão Rusk Siberiano. Se acontecesse deste jeitinho, eu seria muito feliz, mas aconteceu melhor...

O que poderia ser melhor que isso? Somente dois disso. Foi uma surpresa e tanto, e o danado do João Victor sabia! O bonito havia conspirado com meus pais e os pais dele e armaram a surpresa. Faltando seis dias para o Natal, João Victor passou no meu hotel de carro, a fim de me pegar e me ajudar com as bagagens.

— Está pronta, meu amor? Para passar nosso primeiro Natal juntos? – Perguntou, terminando de colocar a última mala no bagageiro do Audi prata.

— Precisa responder, seu bobo? ­ — Brinquei, pulando no colo dele. Soltando a risada mais gostosa do mundo, ele me respondeu que sempre, pois adorava ouvir a minha voz. Com o olhar sedutor e contemplativo, João Victor tocou, com as duas mãos, em meu rosto e me deu um beijo apaixonado. Um dos mais doces e envolventes que já ganhei dele. Animados, nós dois pegamos a estrada, cantarolando canções antigas, rumo ao lar dos meus pais.

Adeus Noite felizOnde histórias criam vida. Descubra agora