Serendipity

Letters to a friend

Talvez fosse porque os quatro, lentamente e apesar de todas as adversidades, tinham se acostumado um ao outro.

O ano pareceu passar rápido, pois o clima esquentou rapidamente, cansando o quarteto mais do que o normal.
Os últimos meses passaram sem muitos incidentes. Depois das primeiras quedas , eles conseguiram se aproximar em seus vários graus de fazer Hermione se sentir em casa, principalmente por meio de suas contribuições para o SPEW.
O sol brilhava no alto e, mesmo assim, apesar do calor, os quatro estavam descansando nas grandes pedras perto do Lago Negro. Claro, eles podiam lançar seus feitiços refrescantes e deitar ali com o mesmo conforto, mas algo sobre o calor era reconfortante. Eles estavam espalhados, muito confortavelmente para ser franco - Hermione e Abraxas sentaram-se, lado a lado, apoiados em uma pedra atrás deles. Com a cabeça apoiada nas pernas de Hermione, Tom estava deitado; olhos fechados. Theodore, por outro lado, deitou-se nas pernas de Abraxas.

Eles falaram com carinho das lembranças do ano passado, a atmosfera despreocupada simbolizando o fim dos exames finais.

"Mal posso esperar para voltar", Theodore murmurou após um momento constante de silêncio, olhando para o castelo à distância. Hermione seguiu seu olhar, quase impressionada com a beleza de Hogwarts. O sol atingiu o castelo em um ângulo que lançou uma série de sombras. Cada pedra e torre brilhava à luz do sol, com cada torre alcançando o céu.

"Eu também", as palavras saíram de sua boca antes que ela pudesse processá-las.

Abraxas se virou para olhá-la, colocando a mão sobre a dela. "Você já ouviu falar sobre suas acomodações?" Sua voz era baixa, os olhos gritando de tristeza e raiva. Tom se animou, como se esperasse que alguém mencionasse isso, virando-se para encarar Hermione. Ele se tornou quase excepcional em lê-la, e frequentemente media suas respostas apenas por suas reações - então ela evitou seu olhar completamente.

"Bem, não", sua voz estava quase anormalmente aguda, "mas acho que seria uma moradia trouxa."

De repente, ela teve um flashback de como no ano passado (bem, quase cinquenta anos no futuro) quando Harry fugiu, ele foi acomodado no Caldeirão Furado. Sendo o escolhido e tudo, ele recebeu algumas vantagens, mas ainda assim parecia bastante injusto. Ela sentiu uma pontada de culpa no peito, de repente a mente se voltando para Tom e sua situação.

"Eu poderia pedir para ele te colocar comigo — tenho certeza que eles te aceitariam", Tom resmungou. "Não é muito longe do Beco Diagonal, então seria muito mais conveniente estar perto da magia."

O lábio de Hermione tremeu um pouco. "Meus pais te acolheriam como tutelado, sabia?" Theodore interrompeu. "Não é tão ruim assim, só um patrocínio! Muitas famílias bruxas fazem isso."

"Para outras bruxas. Eu não sou nada além de uma sangue-ruim para os sagrados vinte e oito." As palavras saíram facilmente, mas os garotos se encolheram mesmo assim. Para esclarecer, parecia que Tom tinha de fato conhecimento total sobre os motivos da briga de Hermione com Theo e Brax; mas ele nunca achou importante o suficiente para trazer à tona, muito menos fazer um escândalo. "Sinto muito, Theo, não quero menosprezá-lo, mas acho que não conseguiria enganar sua família desse jeito. Seria doloroso para você se alguém me descobrisse." Ela suspirou, "Não vai demorar muito para que os sonserinos comecem a questionar minha ascendência também."

"Sinceramente, você poderia se esconder na minha ala da mansão, então," Abraxas entrou na conversa com sua própria sugestão. Hermione sorriu com o gesto. "Ninguém jamais te encontraria," ele brincou, "às vezes, eles nem conseguem me encontrar. Ou lembrar."

Hermione bufou, apesar de estar feliz que eles tinham ido tão longe a ponto de cada um encontrar uma solução individual para seus problemas. Ainda assim, ela respondeu, "Eu vou ficar bem. Eu sou problema de Hogwarts, de qualquer forma. Só me prometam que vocês vão escrever regularmente."