Alice

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Alice, diga-me onde encontrou o antídoto.

O que preciso fazer para abandonar um mundo ridículo? 

Se seu tropeço lhe levou ao País das Maravilhas,

Onde minha vontade de me atirar me levaria?


Alice, como conseguiu lidar com a corrida contra o tempo? 

Há alguma dica de como posso combatê-lo?

Fugas ávidas impedem-me de conversar com o Coelho Branco, 

Queria ter a sua sorte de sempre encontrar quem está no comando.


Alice, explique-me as probabilidades de eu receber minha resposta. 

Se aos indecisos qualquer caminho serve, por que isso me transtorna? 

Amarguradamente busco subsistências sentindo a vida como eu.

O Chapeleiro deveria presidir o chá dessa tarde, mas certamente se esqueceu.


Alice, como compreender direções sob a cegueira momentânea desse limbo?

Coordenadas dissolvidas em fumaça extraviam-me no meio do sentido.

Como compreender as mudanças da grandeza em instantes periódicos?

Ignorantemente abençoada pela irresponsabilidade plácida dos corajosos.


Alice, conte-me os motivos pelos quais você abandonou a ilusão e não voltou.

Se os devaneios não suprirem minhas fantasias, para onde vou?

Delirar sobre multiversos disfarçados de destino soa mais aconchegante,

Se eu deixá-los, acontecimentos verídicos serão apenas memórias distantes?


Alice, caso eu escolha o caminho, há alguma chance de matar o Jaguadarte? 

Uma espada prateada cortando-lhe a cabeça seria um belo realce.

Mesmo na vitória, procure-me em cartas recheadas de metáforas duvidosas, 

Talvez você me escreva de volta, e descredibilize essas soluções enganosas.

Poemas Jogados Ao MarOnde histórias criam vida. Descubra agora