A Maldição Dos Herdeiros - House Of The Dragon

O Fantasma que nunca foi embora

Ano 138 d.C

-... Talvez devamos sepultá-la em Driftmarke?

O príncipe Targaryen não se virou para saber que falou, a ideia era absurda embora ele pudesse supor que fizesse sentido, ela era uma Velaryon, mesmo que ninguém realmente acreditasse que a princesa fosse legitimamente do sangue de Sal de Mar, não com aquela aparência sendo filha de quem era.

- Não, a minha esposa será cremada nas tradições de nossa casa, Targaryen.- Ele disse firmemente, não era como se ele realmente pudesse realizar o desejo de uma pessoa morta, o cadáver a sua frente estava frio, embora a beleza estivesse conservada por ela ter sido retirada do mar, Aerion era egoísta, ele sabia disso e tem vontade de rir ao imaginar que sua amada pudesse pensar que morrer nas águas da praia pudesse ser o suficiente para mantê-la longe dele.

Lorde Corlys fez careta em desagrado, sua neta deveria ser sepultada em Driftmarke, obedecendo as tradições que ela acreditava, ele observou como ela parecia pacífica naquela cama, quando recebeu a notícia de que seu corpo foi encontrado ele rezou para todos os deuses que ela ainda estivesse respirando. Suas esperanças foram brutalmente destruídas quando ele a viu.

"-Se eu sumir, quero que minha lembranças sejam aquelas de Driftmarke, permaneça feliz nas praias, entre os marujos..."

Corlys se lembra do sorriso que ela tinha em seu rosto quando disse isso, o pensamento foi assustador para ele, agora era como se ela o tivesse dito que morreria antes mesmo de perecer, ou, talvez ela já estivesse morta e ele não percebeu. Assim como Aegon parecia morto, existindo em uma eterna melancolia após presenciar a morte de Rhaenyra, aquele pobre menino presenciou a visita do Estranho muito cedo, assim como Aemma.

Duas mentes pensando de formas diferentes sobre um mesma garota morta, alguém que amou a família e lutou por ela, até que isso a levou ao caminho para morrer, seus cabelos castanhos escuros que se moviam junto a ela, a forma como a princesa falava sonhadora ou um pouco séria dependendo das questões que eram discutidas. Uma mãe de duas crianças que provavelmente cresceriam sem saber quem a mulher que deu a luz a eles, ou talvez eles soubessem, a filha de uma rainha, irmã de um futuro rei, uma temedora de dragões... Mas lutou como um.

- Deixe-me com ela... Saíam!- Aerion gritou escutando os passos dos membros do conselho se distanciando dos aposentos reais, um suspiro quebrado ele pegou a mão fria da mulher.- Você disse que nunca tomaria decisões por egoísmo, agora eu me pergunto se você sabe que isso é egoísta?

Ele falou passando as pontas dos dedos ao longo do braço dela, o príncipe observou a forma dela absorvendo os detalhes da mulher, a única pessoa que ele realmente poderia dizer com todas as letras que amou, a mulher que conseguiu lutar contra ele e vencer suas batalhas sem sequer sair de seu assento escondido em algum lugar.

- Mas se você vai ser egoísta, eu serei mais... Meu amor, você terá a morte de um dragão.- O homem afirmou se inclinando sobre o corpo dela deixando um selar em seus lábios, nem que ele fosse amaldiçoado ele permitiria que ela ganhasse, mesmo agora.

Aerion Targaryen prefere ser acompanhado pelo fantasma dela até o seu último dia nesta maldita terra esquecida pelos deuses, sua esposa era apenas sua, estando viva... Ou não, os deuses permitiram dar a preciosa alma dela para ele, como tio, marido e inimigo, eles que lidem com as consequências depois, os deuses, e todos os sete reinos se for necessário.

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Westeros foi pega de surpresa com a notícia repentina da morte de sua adorada princesa-rainha, a alegria dançante dela que era constante com eles, o choro, as orações e bênçãos poderiam ser ouvidas mesmo em forma de sussurros. O canto dos bardos também se entristeceu, canções que antes foram alegremente cantadas, referentes aos sorrisos, ao olhar brilhante e luminoso dela.