um | Eu odeio Alaska Stewart.

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DIAS ATUAIS

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DIAS ATUAIS

Com minhas mãos nos bolsos da calça de alfaiataria feita sob medida, aguardo Jason voltar de uma ligação urgente. Ele é um renomado médico-cirurgião e reconhecido mundialmente por seu excelente trabalho. Sinto — assim como toda a família — tanto orgulho dele que mal cabe no peito. Ele é o meu pai e pai dos meus irmãos de todo o nosso coração, e é, claro, o amor da vida da minha mãe. E falando em família, passo os olhos, minuciosamente, em cada foto em lindíssimos quadros sobre as mesas, armário e rack.

São fotos de todos nós, felizes e juntos.

Inseparáveis.

Até eu a ver.

Sorrindo, o sorriso que sempre fez meu coração errar as batidas e preencher ainda mais meu peito, e o corpo inteiro, de alegria e o mais puro amor.

Estamos nós quatro. Kalel, Olívia, ela e eu, na beira do lago, cada um com uma vara de pescar enorme nas mãos, estampando os maiores sorrisos inocentes, jurando que conseguiríamos pescar o jantar daquele dia tão feliz.

Foi um dia antes de finalmente me declarar para ela e fugirmos para as árvores e nos beijarmos pela primeira vez.

Eu nunca tinha sentido tanta borboleta no estômago como senti naquele dia. E posso afirmar, foi um dos melhores dias de toda a minha vida!

Ter enxergado o quanto eu sempre a amei e me entregar aquele amor.

Céus! Ela estava tão, mas tão linda! Parecia um anjo — caído, é claro —, porém estava.

Ainda inocente, com aqueles grandes e redondos olhos azuis como gelo que arrepiavam e congelavam minha espinha só de me olhar. Os cabelos mais lindos, sedosos, perfumados — tinham um cheiro maravilhoso de rosas-silvestres — e lisos, naturais, tão escorridos que quase nada ficava preso nele, e de uma tonalidade tão escura quanto a noite.

Fecho os olhos e inspiro fundo. Consigo sentir seu perfume, o sabor dos seus lábios. Sempre tão doces e quentes, contudo, misturados com um gosto de morango açucarado pelo gloss. O que nunca faltou. Todos os dias, várias vezes ao dia, ela passava e sua boca carnuda brilhava levemente avermelhada.

Porra!

Ela tinha quinze anos, e eu, bom, dezoito. E, por mais que eu tivesse uma lista enorme de garotas que já havia beijado, com Alaska as coisas mudaram.

Ela queria saber como se beijava desde os quatorze e eu, com a ajuda do Kalel, consegui adiar isso. Sem saber, morria de ciúmes só de imaginar outro beijando sua linda boca, e com a ideia de treiná-la e prepará-la, nos aproximamos de uma forma que jamais pensamos — contando que em toda a nossa vida até aquele momento, a nossa aproximação era apenas de irmãos.

Por mais que por trás daquilo que conhecíamos como: amor de irmãos, fosse, sim, amor de outra coisa.

Alaska Stewart sempre foi o amor da minha vida! Precisou que ela quisesse aprender a beijar de verdade para que eu percebesse isso. E ainda bem que ela veio falar comigo primeiro, porque seria um erro gravíssimo se ela fosse pelas ideias da doida da Olívia.

Ainda te amo | livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora