Capítulo Cinco

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Na noite em que Elinor completou exatamente um mês de casada, a jovem decidiu que estava pronta para ser apresentada a alta sociedade londrina oficialmente.

Não era que ela não gostasse de viver em Aubrey Hall_ de modo algum. Na realidade, ela apreciava a grande propriedade até demais, ao ponto de questionar-se se era inerente a todas as recém-casadas que se habituassem tão rapidamente a suas novas casas. Especialmente ela, que ainda sentia falta da Escócia e de Mains Castle. Era curioso_ ela meditou naquela mesma noite sentada na elegante sala de jantar na qual compartilhava as refeições com o marido_ que seu coração conseguisse conciliar aqueles dois sentimentos tão opostos: as saudades constantes do lugar aonde havia vivido por mais de vinte anos, e a sensação de acolhimento que vivenciava em Aubrey Hall.

Toda a equipe da grande casa era extremamente eficiente e, mais do que isso, amável com Ella. E infinitamente paciente também, conforme, aos poucos, a nova Condessa de Pembroke se adaptava a suas novas responsabilidades na propriedade; seu marido era atencioso e sempre atento a suas necessidades, até mesmo ao ponto de oferecer-lhe um dos cômodos mais magníficos da casa como sua nova sala pessoal. E, embora fosse muito ocupado, ele sempre organizava seus dias de modo a ser capaz de desfrutarem ao menos algumas horas na presença um do outro_ e isso era bom, pois, conforme Elinor conhecia mais a fundo Edward Howard, mais se sentia confortável em sua presença.

Especialmente depois daquela noite.

Depois da fatídica noite em que a jovem se esgueirara para os aposentos do marido, ambos chegaram ao acordo tácito de que, no final das contas, não havia necessidade de um quarto privado para a nova Condessa. De fato, na manhã seguinte ao episódio do pesadelo, as coisas de Elinor haviam sido prontamente realocadas para o quarto de Edward, que parecera infinitamente satisfeito com a situação.

E ela também estava. Apesar de hesitante de início, bastara que se lembrasse do conforto que sentira nos braços do marido para que suas preocupações desaparecessem. E do beijo. Oh, toda vez que se recordava do primeiro beijo que compartilhara com Edward, um calor novo e maravilhoso se espalhava por seu corpo, e suas bochechas coravam. Seus lábios haviam sido delicados e quentes, suas mãos fortes, mas suaves, e por boa parte daquela noite, ambos haviam aproveitado seu tempo juntos, explorando devagar sua nova intimidade recém-descoberta.

Portanto, não, não havia nada de errado em viver em Aubrey Hall. Mas Elinor sabia que quanto mais tempo permanecesse no interior, naquela tranquilidade imperturbável, mais difícil seria para ela deixar tudo para trás para encarar Londres.

E ela precisava enfrentar a cidade e suas pessoas. Não apenas pelo bem dela e de sua reputação, mas também por causa dos Howard. Ela tinha um dever para com eles, e devia desempenhar seu papel o mais perfeitamente possível.

Além disso, até quando ela permitiria que Sir Ethan Sheffield fosse uma sombra em sua vida?

Com tudo isso em mente, a jovem reuniu toda sua determinação e coragem, e sem hesitar, anunciou durante o jantar para todos os criados presentes, além de seu marido:

_ Acredito que seja a hora de retornarmos a cidade.

No mesmo instante, Edward congelou.

_ Perdão?

_ Desejo retornar a Londres. _ ela repetira, um pouco mais suavemente.

Com a colher de sopa de espargos ainda suspensa entre sua boca e a tigela, o marido de Elinor a encarou diretamente. Seus vívidos olhos azuis viajaram um pouco para a direita, na direção em que ele certamente ainda ouvia alguns dos criados que serviam os pratos, e automaticamente ela soube que ele estava medindo cuidadosamente sua resposta.

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⏰ Última atualização: 8 hours ago ⏰

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