MINHA QUERIDA DUQUESA; Thimotée Chalamet

capítulo 6

Tereza e Sn não tardaram em chegar a modista, o local não parecia muito lotado, apenas algumas Ladys e suas filhas que observavam tecidos para os futuros vestidos, que provavelmente seriam destinados ao chá da manhã real.

— olha só quem temos aqui, se não são minhas clientes favoritas— Madame Bittencourt sorria abertamente rumo a Tereza que se aproximou e cumprimentou a modista com um beijo no rosto

— mas é claro que eu viria, nada melhor do que seus vestidos para uma ocasião real, soube que até a rainha da Escócia já encomendou roupas aqui

— não é para tanto, mas deixando a conversa de lado, o que vão querer hoje, algodão? Ceda? Linho? Podem escolher, tenho um novo carregamento, podemos dar uma olhada— Madame Bittencourt as Guiou rumo a dentro da loja até um pequeno armazém nos fundos

— falsidade, está sendo gentil pois sabe que minha mãe ama gastar dinheiro com roupas— Sn pronuncia as devidas palavras para si mesma enquanto as segue pelo local

— soube que sua filha chamou a atenção do Duque, as informações correm rápido pela Escócia— Sussurra a modista rumo a Tereza que sorrir orgulhosa

— Sn é encantadora, impossível o duque não a notar, estou confiante de que ele vai pedi-la em casamento logo, logo, aí teremos uma duquesa na família, nada menos do que os Russell mereçam

— tem razão, mas a senhorita não parece muito feliz— olha rumo a Sn que apenas sorrir de forma forçada

— acredite, estou bem animada! Ao saber que meu nome anda pela boca da alta sociedade, muito feliz mesmo!— diz de forma sarcástica fazendo a modista rir de forma falsa

— bom... já decidiram os tecidos dos vestidos?— a mudança de assunto vem de forma perspicaz

— Seda!— Tereza sorri animada

— ótima escolha, o melhor tecido, para as melhores clientes, venham, me deixe tirar algumas medidas — Madame Bittencourt puxou Sn para um pedestal de madeira onde a garota fico em pé completamente imóvel

Uma fita métrica logo foi enlaçada ao redor de seu busto e cintura, medidas de seu quadril e todo o resto do corpo foram tiradas pela mulher que parecia atenta ao seu trabalho

— como sempre, boas medidas, mas mantenha a dieta, não queremos que engorde hehe— o comentário faz Sn olhar para Madame de sobrancelhas arqueadas

— qual é o problema em engordar? Não irei ficar menos bonita por isso

— os homens não gostam de mulheres acima do peso Sn!— Tereza repreende a garota

— Não confunda homens com garotos, uma mulher não é definida através de seu corpo, todo corpo é perfeito, magro, cheio, padrão, todos são uma bela obra de arte, as vezes acho que não me encaixo nos pensamentos da sociedade— Sn desce do pedestal

— quem liga para o que os homens pensam? O importante não é o que eu penso? O corpo é meu! Se eu estiver feliz com ele, nada mais importa, isso é o que vocês deviam ensinar para as mulheres!— a garota tinha um tom de voz meio alterado

— não é assim que as coisas funcionam minha filha, nosso mundo é dividido por padrões e riquezas, tente entender isso

— não entendo, o que riquezas podem aplicar no caráter de alguém? Nada, é isso que você pensa, mas não tem coragem de responder, não sou obrigada a me portar com os padrões

— entendi porque não arrumou marido— uma mulher que estava próxima dali sussurra para a amiga e logo se retira

— veja o que está fazendo! As pessoas estão falando!!— Tereza parecia irritada

— deixe que falem, não me importo, as palavras delas não vão mudar nada em minha vida, estou indo para a carruagem, a espero lá— diz enquanto se retira e sai rumo a parte de fora da loja

— sinto muito, voltaremos amanhã cedo para busca o vestido!!— Tereza se desculpa e sai da loja evitando os olhares das mulheres ao redor.

Tereza entrou bruscamente na carroagem e direcionou um olhar raivoso rumo a garota que parecia não ligar para nada na vida

— me fez passar vergonha! Tenha modos Sn!!

— agora dizer a verdade é passar vergonha? Que mundo hostil em que vivemos não acha?

— não, você que não sabe se encaixar a este mundo, fica mergulhada em livros que te ensinam essas rebeldias, deveria fazer algo que traga prosperidade para a família, em vês de ler esse livros mequetrefes

— deixa eu adivinhar, quer que eu faça algo como bordar, tocar piano e me fazer de besta para homens em busca de casamento? Que originalidade dona Tereza, nunca faria isso, acho humilhante demais— uma risada repleta de deboche é ouvida da garota que continuava a olhar para a paisagem enquanto a carruagem andava

— sinceramente, não sei mais o que faço com você...

— deixa eu adivinhar, preferia que meu irmão estivesse aqui né? Queria que eu tivesse morrido no lugar dele né? Pode falar, eu sei, papai já me disse isso com todas as letras, palavra por palavra, eu sou um desgosto para você, eu sei disso, não precisa me recordar disso!— a garota parecia está sorrindo a cada palavra

Mal Tereza sabia que cada palavra ardia na garganta, Sn se segurava, afinal, ela sabia que era verdade

— não diga isso, eu só quero que você seja feliz— Tereza leva as mãos até as mãos de Sn, a garota logo recua e impede o contato físico

— não, você não quer, agora podemos ficar em silêncio, se fizer isso eu já estarei bem feliz..

— Sn, filha eu....— o mulher engoliu seco e se calou, as palavras haviam cessado, Tereza não sabia o que falar.