-030- Despedida

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Senti-lo dentro de mim novamente me deu ânimo para continuar. Ele era o humano mais gostoso que eu já conheci, apesar de não conhecer muitos, Thomás era mais alto que eu com seus 1,82m e eu só tinha 1,65m, seus ombros eram largos e mãos grandes, a pele branca que exalava um cheiro gostoso, eu ia sentir falta disso.

Estávamos no chuveiro a mais de 1h, matando a saudade e a vontade um do outro, Thomás me beijava e me tocava com carinho, mas me penetrava com força, eu achei que depois do que aconteceu com Abraão eu não conseguiria fazer sexo de novo, mas Thomás não me demonstra perigo algum, pelo contrário apesar de ele não ser um lobo eu me sentia segura com ele.

Deixei ele se deliciar com meu corpo, aproveitar cada momento pois dessa vez, infelizmente, seria o último. Não podia o pôr em perigo, mas também não podia deixá-lo sem respostas.

Assim que terminamos fomos deitar, ele estava cansado pois dirigiu a noite toda e depois do esforço que tivemos no banheiro ele não conseguiu segurar o sono. Eu não estava cansada, tinha dormido na viagem, esperei ele dormir pesado e me levantei, me vesti cuidadosamente para não acordar Thomás.

No criado mudo ao lado da cama tinha papel e caneta do próprio hotel, escrevi um bilhete de despedida:

"Thomás meu amor, desculpa por mais uma vez te deixar, mas não posso te por em risco, não conseguiria viver sabendo que você morreu por minha causa, por favor não me procure, volte para casa, fique bem e vivo!"

Não assinei o bilhete, deixei dinheiro para ele voltar para casa e saí.

Entrei no meu Porsche e dirigi quase sem conseguir enxergar, estava chorando muito, eu realmente o amava, mas não tinha o direito de tirar a vida dele por mim.

Dirigi para o leste continuando a estrada, eu não tinha celular mas o Porsche tinha GPS e eu me guiei por ele. Parei para abastecer algumas vezes e no fim do dia estava muito mais longe do que eu pensava que poderia chegar, mas perto demais da matilha da Zona Leste, sua marcação estava por todos os lados, o cheiro deles era forte por toda aquela área, se eu pedisse abrigo eles poderia avisar Max ou Abraão ou poderiam me considerar um Lican por abandonar minha matilha, era um risco que eu tinha que correr.
Eu não sabia como chegar na matilha mas o cheiro deles estavam ficando cada vez mais forte, queria chegar lá antes do pôr do sol.

Segui o cheiro e achei o caminho para chegar neles, mas ia ter que deixar o Porsche para trás e ir o resto correndo, escondi o Porsche entre as folhas e arvores, era muito arriscado mas tinha que me arriscar. Corri mais ou menos uns 3km pelo ramal até chegar na porta deles, me vi cercada por guardas e rendida rapidamente, não me transformei para não parecer ofensiva, meu objetivo era chegar no Alfa, não morrer.

Depois de me apresentar, me levaram, ainda amarrada, até um casarão de madeira, o local era todo fechado muros altos e guardas em guaritas no alto do muro, o local era grande cheio de guardas. Dentro da casa tinha um cheiro forte de madeira e alfazemas, eu conhecia esse cheiro mas não lembrava de onde.

— Soltem ela! - uma voz de mulher soou pela sala.

Imediatamente me soltaram e me desamarraram, eu procurei a dona da voz e encontrei, HANNA, eu não me lembrava que ela era filha do Beta da matilha Leste.

Hanna continuava linda, com seus cachos castanhos sobre um belo vestido floral, ela destoava do local, linda e delicada no meio de vários homens, armas e madeira.

— Obrigada por me soltar! - falei sem olhar diretamente.
— O que faz para esse lado? Por que saiu da sua matilha, virou desgarrada, agora é uma Lican?
— NÃO, não eu não sou isso, eu estou atrás de abrigo.
— Por que? - a voz grave e masculina veio de trás de Hanna - Hanna meu amor, por favor saia da sala

Dois homens mais velhos apareceram na sala. A voz era de Arão Beta e pai de Hanna e a frente dele estava Ross o Alfa, os dois estavam vestido com couro grosso como armaduras e roupas pretas por baixo.

— Por que você quer abrigo? - Ross estendeu a mão pra mim para que eu me levantasse de onde tinha sido deixada.
— Estou sendo caçada!
— Por quem? - Ross se mostrou muito interessado
— Eu não tenho certeza, mas acho que pelo mesmo lobo que matou meu pai e meu alfa Leon.

Eles se olharam, Ross chegou perto de seu beta falou algo no seu ouvido, que nem mesmo com uma boa audição eu consegui entender, o Beta saiu da sala e eu fiquei sozinha na sala com o alfa Ross da matilha Leste.

Herdeira proibida - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora