Crush (Que tipo de pessoa é tão fofa quanto o mundo?)

Capítulo 10 - Eu Posso Fazer Tudo

Hoje, ainda não consigo dormir como de costume...

Desde que a nova empregada se mudou, não tive uma noite de sono completa. Acordo cedo todos os dias sempre com algo na cabeça, e isso bagunça minha rotina. Por exemplo, agora, quando tento me concentrar nos documentos que estão em minhas mãos antes de ir para o trabalho, em vez de focar no texto, fico vendo imagens da Yu nua no papel. Eu tenho que bater o papel na mesa, esperando que isso faça com que a imaginação desapareça dos documentos.

"Senhorita Frung, o que há de errado?

Yu, que me traz o café da manhã e serve suco de laranja, me olha curiosa.

"Não dormiu o suficiente? Você parece realmente cansada."

"..."

Eu encaro a pessoa pequena com uma expressão de desaprovação.

"Você pode me contar qualquer coisa."

"Mentira."

"Huh?"

"Tem alguma coisa que você ainda não me contou?"

Há um momento de silêncio atônito, o que é suficiente para eu ler a linguagem corporal dela.

"O que você quer dizer?"

"Bem, me diga você."

Eu desvio meu olhar do rosto dela para o peito sob a camiseta e aperto os lábios com força.

"Loba em pele de cordeiro."

"Você sabia? Como descobriu?"

Eu alargo as narinas porque não posso revelar como soube, isso é errado e muito assustador.

"Vamos apenas dizer que eu sei. Esconder tais coisas sob uma camiseta simples."

A figura dela não é brincadeira. Como posso eu, que malho feito louca, perder para uma empregada que só limpa o dia todo? As aulas de yoga e aeróbica são todas um desperdício de dinheiro.

"Senhorita Frung."

"Você sabe, desde que você entrou na minha vida, eu não tenho sido eu mesma. De agora em diante, vou me afastar de você."

Eu preciso me concentrar. Focar demais nela desestabiliza meu equilíbrio diário, especialmente no trabalho. Preciso dizer isso a ela para que não se sinta negligenciada depois, pensando por que não estou tão brincalhona como antes. Há muito trabalho ultimamente, então preciso deixar a Yu de lado por enquanto.

"Eu vou trabalhar."

Eu dou algumas mordidas no pão para deixar a empregada feliz e me levanto para me preparar para o trabalho. Mas, quando estou prestes a sair, sou de repente abraçada por trás, o que me surpreende um pouco.

"Huh?"

"Não me odeie."

Ela descansa a testa em meu ombro e murmura. Eu não entendo muito bem o que ela quer dizer, então pretendo me virar e olhar em seus olhos, mas ela me segura firmemente.

Quem a odeia? Eu só disse que talvez não tivesse muito tempo para brincar com ela.

"Eu gosto muito de você. Tudo o que fiz foi apenas para ficar perto de você."

"Por que você está dizendo isso de repente?"

Eu afasto suas mãos e me viro para olhar em seus olhos. As lágrimas se acumulando, quase caindo, fazem meu coração murchar.