Crush (Que tipo de pessoa é tão fofa quanto o mundo?)

Capítulo 37 - Capitalismo

Mesmo que eu esteja passando a noite aqui, como minha mãe sugeriu, minha mente ainda está preocupada com outra pessoa com quem acabei de brigar. Parece que, quando discutimos, sou eu quem sempre tem para onde ir, e isso é cruel demais para Yu. Na verdade, quero ligar para ela, mas não sei se ela está pronta para conversar. Eu a machuquei profundamente. Tenho medo de que Yu realmente passe a me odiar, como ela disse.

"Frung."

Não é só minha mãe; agora meu pai também está parado na porta do quarto. Ambos me olham com preocupação, mas demonstram isso de formas diferentes. Meu pai é muito mais gentil, pois sempre me entendeu, enquanto minha mãe parece rígida, embora não tão dura quanto costumava ser — talvez sua oposição tenha amolecido com o tempo.

"Vocês dois não vão dormir ainda?"

"Isso está nos incomodando, e eu acabei de ter uma conversa séria com seu pai sobre o que aconteceu. Por que nossa filha forte e capaz saiu e voltou chorando... Não estou sendo sarcástica. Só estou tentando ser descritiva."

Meu pai lança um olhar de advertência para minha mãe, fazendo com que ela rapidamente se explique. Embora ela diga que só está tentando ser descritiva, ainda acho que quer dizer algo para me magoar um pouco, como alguém que adora ter razão e dizer 'eu avisei' depois.

"E então, como foi?"

Pergunto à minha mãe com um sorriso e os convido a entrar no quarto. Minha mãe escolhe sentar-se no colchão enquanto meu pai fica encostado na porta.

"Ouvi dizer que alguém daquela casa a intimidou?"

"Bem... você chamaria isso de intimidação?"

Sorrio, sem demonstrar preocupação.

"Os produtos que estamos vendendo são parecidos com os deles, então eles precisaram nos bloquear. Coisa de mercado capitalista."

"Seu pai disse que eles não gostam de você namorando a filha deles."

Para minha mãe dizer algo assim, ela deve ter pensado bastante. Eu aceno com a cabeça e sento ao lado dela.

"Sim."

"E eles acham que gostamos tanto assim da filha deles? Hmph, eles só vendem joias. Não tem nada de interessante nessa maldta joalheria deles."

"Querida! Uma dama não fala assim."

"Já é bom eu não chamá-los de 'filhos da...'. As damas não são humanas? Além disso, só ter dinheiro não faz de alguém uma dama. Não seja pretensioso. Você se casou com uma vendedora de classe média; qual o sentido de ser tão refinada?"

Minha mãe fala irritada e balança a cabeça.

"Então, eles te intimidaram, e você só aceitou? Normalmente, você teria uma solução para tudo."

"Bem, não tive coragem de fazer nada. Vim a vocês em busca de apoio, e vocês nem se importaram."

"Agora eu me importo, não? Mesmo que eu não concorde com tudo, fazer isso com você é como se estivessem nos intimidando também. Eles acham que são os únicos que podem fazer isso? Acham que vender diamantes e joias é grande coisa? Só esperem para ver o que eu posso fazer."

"O que você vai fazer?"

"O mesmo que fizeram com nossa filha. E você, pare de ficar tão abatida... Honestamente, prefiro quando você é rebelde do que quando está assim, deprimida. Pelo menos isso faz meu sangue ferver de raiva. Se você é minha filha, lute."