Milena é uma garota humilde e simpática do interior de Goiás.
Na suas férias da escola ela viaja para São Paulo já que era o seu sonho conhecer essa bela cidade.
Ela acaba ficando na casa de uma amiga que ela conheceu pela internet, sua amiga Rayan...
Voltamos pra favela e dentro do carro o assunto ainda era sobre a resenha no barzinho.
Ray tá mais animada que o Laranjinha, eu não sei porque mais depois que falamos de ir pra resenha ele ficou diferente.
Queria perguntar para a Ray, como namorada dele, ela deve saber o motivo.
Mais como o laranjinha tá aqui, não dá pra perguntar.
Eu nunca fui muito de sair, onde eu moro a cidade não é muito grande e não tem tantos lugares pra ir, o que acaba com todo o prazer de sair de casa.
Sempre vive mais em casa, estudando e ajudando minha mãe com as coisas de casa, as vezes eu também arrumo uns servicinhos para fazer, e isso acaba tomando todo o meu tempo e não sobra dia e nem vontade de sair pra curtir.
Ray: amiga você bebe?
- nunca bebi, mais dizem que sempre tem uma primeira vez né ? - Olho sorrindo pra ela.
Ray: assim que se fala.
- só não posso deixar minha mãe saber disso, capaz dela me matar.
Ray: aí nossa, você já tá bem grandinha, sabe o que faz, ela deixou você viajar sozinha e não deixa tu beber ?! - revira os olhos e eu olho feio pra ela.
- É, eu também não entendo.
Laranjinha: Tu é uma virgem Maria, menina do Goiás. - ele me olha pelo retrovisor.
- nem tanto né. - Ray me olha.
Ray: Então você já deu ?
- credo, Ray. - faço careta, laranjinha gargalha e minha amiga me olha apertando os olhos.
Ray: não tem cara de quem já perdeu o cabaço.
- Agora você é vidente?
Laranjinha: macumbeira ela é. - Ray ignora ele.
- porque a gente tá falando da minha virgindade?
Ray: SABIA! - ela grita me assustando.
Laranjinha: vai gritar pra lá, porra. - ela revira os olhos.
- sabia o quê?
Ray: você é virgem. - fala como se fosse a coisa mais anormal do mundo. - não creio.
- é tão ruim assim ?
Ray: É raro, nós tempos de hoje.
- ah, não ligo. - dou de ombros.
Ray: eu perdi a minha com quinze.
- o quê?
Ray: eu sei, novinha demais.
- não consigo nem imaginar eu fazendo uma coisa dessa.
Laranjinha para o carro na frente da " goma" dele.
É, tô aprendendo até umas gírias.
Quando eu for embora, o povo lá em casa vão achar que eu sou outra pessoa.
Desço do carro, feliz por não precisar mais falar sobre minha virgindade.
E sim, sou virgem com muito orgulho. Eu sempre fui o tipo de pessoa de pessoa que acredita que existe tempo pra tudo.
Quando a hora chegar, eu vou saber.
A gente entra, e vai direto pro banheiro tomar banho.
(...)
Ray: você vai assim ?
- qual o problema com a minha roupa ?
Ray: você tá indo beber ou tá indo pra igreja?
- eu gosto dessa roupa.
Ray: não tá bonita, vou pegar uma minha pra você vestir.
Bufo, a sinceridade da Rayane me estressa. Qual o problema das pessoas com meu estilo de vestir? Nem todo mundo curto ser piriguete.
- anão, você quer que eu vista isso?
Ray: tá melhor que seu vestido longo e florido.
- okay. - falo suspirando. - tô vendo que não tenho escolha.
Ray: ainda bem que sabe, gata.
Visto o vestido azul brilhante que ela me emprestou, tá, não vou mentir, é lindo.
E por mais que eu esteja odiando ter que admitir, eu gostei de como ficou.
Jamais em toda minha vida, me vesti assim, nunca foi meu estilo.
Saio do banheiro, Ray me olha e abre a boca chocada.
Ray: amiga do céu, não sabia que você tinha esse corpão. - sorrio.
- nem é para tanto. - falo me olhando no espelho.
Ray: tá diva, se eu gostasse de mulher eu tinha coragem de te dá uns amassos
- cria vergonha, sua maluca.
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A gente cai na risada, por conta do nosso escândalo, laranjinha aparece.
Ele me olha e faz uma cara engraçada.
Laranjinha: ué, essa é a turista mesmo?
Ray: a própria, tava dizendo que se eu não fosse hétero eu pegava ela.
Laranjinha rir.
Laranjinha: com todo respeito amor mais eu ia te pedi para fazer um ménage, que gatinha.
Rayane rir e da um tapa na cabeça dele, mandando ele criar vergonha.
Ainda bem que ela não sente ciúmes dele comigo, eu ficaria tão sem graça.
Ray: então vambora né ?
Laranjinha: partiu, as damas primeiro.
Ele fala e nos sai na frente com ele atrás de nós, tá virando costume também isso.
