Goianinha 🌺 ( Morro )

04

Milena
🤍✨

Tô dentro do carro tentando falar com a minha mãe mais não tô conseguindo, parece que a torre do meu celular sumiu.

Rayane: algum problema amiga?- ela me olha quando ver eu pelejando com o celular.

- tá sem torre, olha. - mostro o celular para ela.

Rayane: é assim mesmo amiga, aqui é ruim de sinal. - ela explica.

- mais agorinha tava pegando. - murmuro chateada, quero contar para minha mãe e para minha tia como eu cheguei aqui, eu prometi isso para elas.

Rayane: é que a gente tá perto do morro amiga, aqui o sinal de celular é ruim, o que pega melhor é internet, lá em casa você liga de wi-fi para elas. - ela fala e eu suspiro derrotada.

- tá bom, vai demorar aí ?- pergunto guardando o celular na bolsa.

Laranjinha: demorar o quê turista, já chegamos pow.

Olho pela janela, já estamos dentro da comunidade, a vibe daqui é gostosa, crianças brincando na rua, pessoas de todas as idades sentadas na porta de casa, mais eu também fiz uma observação interessante, tem bastante gente armado por aqui, tô me sentindo com medo.

- e esses cara com arma?- pergunto para saber mais.

Laranjinha: é os cara do corre tá ligada? nem olha para eles goiana, fica na sua que o bagulho fica de boa.

Franzo a testa, que doença é essa ? Foi só chegar aqui que ele passou a falar em gírias.

- tá né . - dou de ombros, apesar de evitar com todas as minha forças não olhar para esses cara armados com fuzis, não consigo, eu olho para todos eles, e todos que fazem contato visual comigo eu dou um sorriso.

Rayane: você vai me dá muito trabalho ainda.- ela comenta assim que o carro para. - eu tô vendo seu sorriso prós moleque, Milena, eles não são rapazes bonzinhos que você tá acostumada, eu sei que você sorri por ser simpática, mais eles não devolve o sorrio porque são simpático, eles devolve imaginando muitas barbaridade homem nenhum presta.

- você tá incluindo seu namorado?

Rayane: sim, isso eu falo na cara dele. - arreglos os olhos. - só toma cuidado, tô falando pelo seu bem.

Tô começando a achar que vim pra São Paulo foi uma ideia e tanto, eu pensei que ia conhecer vários lugares legal, mais parece que me trouxeram para a toca do Leão.

Me sinto observada, desejada.
Essa sensação é ruim, ainda mais quando não se trata de uma pessoa só, e sim de várias.

Laranjinha: playboy tá cansado e não vai vim aqui hoje.

Ele aparece colocando na cintura o que eu acho ser um rádio.

- isso aí serve para quê? - laranjinha tira da cintura e entrega na minha mão, Rayane olha para ele querendo voar no pescoço dele.

Rayane: Laranjinha deixa de ser idiota.

Laranjinha: relaxa caralho, deixa a menina humilde do interior descobrir pra quê serve isso aí. - ele cruza os braços olhando para mim sorrindo, sua camisa tá no ombro, sua bermuda tá caindo e mostrando sua cueca, na cintura dele tá um celular e mais atrás o cano de alguma arma.