— Como? Ela está viva! De alguma forma ela entrou em meu quarto, meus pais não viram ela, estou vendo poldergeist então? — Exclamei e ela ficou em silêncio.
— Ravi, seu infeliz, eu estou falando sério, o corpo dela tá...tá aqui do meu lado, estou no IML. — Ouvi as palavras de Julia ainda sem acreditar.
— O enterro é amanhã, vai ser no cemitério Dante Flores Castro, por favor, seja respeitoso, ela gostava muito de você, você sabe disso. — Ela concluí.
— Eu vou pensar.. — Desliguei o telefone e logo minha mãe perguntou.
— O que aconteceu? — Ela questiona.
— Uma colega nossa morreu. — Disse atordoado.
— Preciso dormir. —Entrei para o quarto com pressa e tranquei a porta
— Ayla.. — Sussurrei seu nome baixo, senti uma aflição e logo belisquei meu braço.
— Só pode ser um sonho. — Disse me afundando nos lençois.
Já era de manhã, o tempo estava nublado e havia sereno, eu estava acabando de me arrumar. Coloquei uma roupa preta e vesti meu casaco e quando finalmente terminei, uma pontada no peito veio novamente.
Respondi as mensagens de Kemilly enquanto disse que não estaria disposto hoje. Quando finalmente cheguei no cemitério, suspirei.
Ayla
Um terrível som de ecoo, algo de ruim aconteceu, mas eu realmente morri? Morri mesmo, algumas memórias passavam pela minha cabeça. Algumas eram minha com meus amigos, outras com eu ajudando pessoas, eu e meus pais quando era criança, eu na minha primeira aula de karate. O meu primeiro beijo, minha noite junto ao Ravi.
Tinha até mesmo eu dançando e cantando, mas aparecia principalmente todas as vezes que fui gentil.
Logo após isso, eu estava em um lugar lindo, cheio de flores. Era um jardim, ao ver as pessoas em fila, eu estava no ultimo lugar.
— Onde estou? — Toquei no ombro da senhora a minha frente.
— No limbo minha menina, você morreu. — Ela disse e logo tremi.
— Para que essa fila? — Disse eu, curiosa.
— Não sabemos, mas é para o nosso descanso final. — Ela disse e se virou.
A fila durou horas, até que chegou minha vez.
— Nome? — Disse a criatura de assas a minha frente.
— Ayla Daylus. — Disse enquanto ele abaixou e conferiu.
— Inferno. — Ele sorriu de canto apontando para outra fila.
— Inferno? Por quê?! — Exclamei.
— Quer entrar no reino de Deus mas nunca acreditou nele? — Ele concluí.
— Mas eu era boa. — Disse enquanto meus olhos estavam arregalados de temor.
— Idai. — Ele aponta para fila e logo acato ele.
Desgraçado.
— E eu posso te ouvir em pensamentos. — Ele disse.
Ae? Então se fode ai. Disse sorrindo para ele e entrando na fila.
Todos passavam por uma porta enferrujada. Olhando um por um entrar enquanto um “anjo” empurrava eles, eu escutei algo.
“ — A fruta verde. “
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As flores não florescerão
General FictionAngustiada e desanimada, Ayla Daylus vive reclusa em seu apartamento junto a sua gata Mari. Após seu término, sua vida se tornou sem sentido e mórbida, até que seu destino é tragicamente traçado através de um acidente.