025. A name that is not mine

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Haruki começou a recobrar os sentidos lentamente. Sua mente ainda estava embaçada, e ele não conseguia distinguir entre sonho e realidade. Tudo parecia quieto, até que uma voz familiar atravessou o véu da inconsciência.

— Gutori... ei, Gutori...

Ele reconhecia aquela voz. Era Tine, mas algo estava errado. Ela estava chamando alguém. Gutori. Será que ela o havia encontrado? Aquele nome fazia eco na mente de Haruki desde que a conhecera, mas ele nunca teve coragem de perguntar diretamente sobre quem era esse irmão de Tine.

Ainda sem abrir os olhos, ele tentou se concentrar mais na voz dela, talvez capturar mais informações. A curiosidade o corroía. Será que ela finalmente achou Gutori? Como...?

Com esforço, Haruki abriu os olhos devagar. A luz forte da sala quase o cegou, mas logo tudo começou a se ajustar. Ele percebeu que estava deitado em uma cama, e a primeira coisa que viu foi Tine sentada ao seu lado.

Ela parecia tranquila, apoiando o queixo na palma da mão, enquanto olhava para ele com um sorriso. Mas o que ela disse a seguir o deixou completamente confuso.

— Finalmente acordou, Gutori! Achei que ia ficar dormindo o dia todo.

Haruki piscou algumas vezes, o cérebro tentando processar o que ela havia acabado de dizer. Gutori? Ela... me chamou de Gutori? De novo?

Ele abriu mais os olhos, encarando-a. — Ca... capitã? — murmurou, a voz rouca.

Tine se assustou com o som, virando-se para a enfermeira que estava organizando alguns equipamentos no canto. — Ele acordou! Vai, avisa o resto do pessoal!

A enfermeira assentiu rapidamente e saiu da sala, enquanto Haruki ainda tentava entender o que estava acontecendo.

— Onde... onde eu tô? — ele perguntou, tentando se sentar, mas o corpo inteiro protestou contra o movimento.

Tine pressionou uma mão gentil contra o peito dele, indicando para que ele ficasse deitado. — Você está na enfermaria da 4ª Divisão. Desmaiou no meio do treino com o Byakuya.

Haruki piscou novamente, os flashes do treinamento brutal voltando à mente. Ele se lembrava das pedras, das corridas, do peso esmagador sobre seus músculos. Mas havia um detalhe que ele não recordava.

— Desmaiei? No treinamento do Capitão Kuchiki?

Tine assentiu, parecendo quase animada em contar a história. — Sim! E, para piorar, uma pedra caiu em cima de você enquanto você estava desmaiado!

— O quê?! — Haruki exclamou, sentindo o coração acelerar.

— Mas não se preocupa, você tá bem agora, — ela completou com um sorriso despreocupado.

Haruki passou a mão no rosto, tentando absorver tudo. Então, ele voltou à questão que o incomodava. — Capitã... você... você me chamou de Gutori?

Tine inclinou a cabeça para o lado, parecendo confusa. — Chamei?

— Chamou, — ele insistiu, sentindo a confusão se aprofundar. — Por que você me chamou assim?

Tine piscou algumas vezes, parecendo genuinamente surpresa. — Eu? Não chamei, não. Você deve ter imaginado coisas, Haruki.

Haruki ficou em silêncio, mas a dúvida continuava pairando em sua mente. Ele tinha certeza de que não havia imaginado. Ela realmente o chamou de Gutori. Mas por quê?

Antes que pudesse pressioná-la mais sobre o assunto, a enfermeira voltou, acompanhada de outros oficiais da 4ª Divisão, que começaram a verificar o estado de Haruki.

Bleach: Veil On The Poison Onde histórias criam vida. Descubra agora