3 - 𝓞 𝓫𝓮𝓲𝓳𝓸

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É que nem a Billie Eilish
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Eduarda riu, inclinando a cabeça ligeiramente enquanto mexia o líquido em seu copo dando um bom gole. O olhar que ela lançou para Santino era uma mistura de diversão e provocação.

- Ah, então é disso que você precisa pra me achar irresistível? Meio copo e uma bala? Tá fácil demais. - Ela se aproximou um pouco mais, os rostos ficando perigosamente próximos. - Admite que queria me beijar desde hoje cedo, sofi.

Santino arqueou uma sobrancelha, um sorriso preguiçoso curvando os lábios.

- Impressionante como o álcool te muda, ou melhor, te liberta, Eduarda. Mesmo que eu estivesse sóbria, você continua uma gostosa. - Ela se inclinou para frente, os olhos fixos nos de Hippler. - Mas, com meio copo e uma bala, você fica insuportavelmente linda. Quase me sinto injustiçada por esperar a madame chegar

Eduarda sorriu, mas desviou o olhar por um momento, como se quisesse esconder o leve rubor que subia em seu rosto. A música alta ao redor delas parecia se dissipar por alguns instantes, enquanto as palavras trocadas carregavam um peso maior do que sua amizade sugeria.

- Sabe, Santino, você fala como se soubesse exatamente o que fazer pra me ganhar. - Ela mordeu o lábio de leve, encarando a amiga. - Mas será que sabe mesmo?

- Será que não sei? - Santino ergueu seu copo, fazendo um brinde invisível antes de virar o que restava da bebida. - Testa aí.

Edoarda deu uma risada baixa e balançou a cabeça, mas não disse nada. Apenas ergueu o copo para os lábios e tomou mais um longo gole, os olhos nunca deixando os de Santino. O silêncio carregado entre elas falava mais do que qualquer provocação poderia dizer.

- E se eu testar mesmo? - A voz de Eduarda saiu baixa, mas firme, carregando um desafio que só fazia o sorriso de Santino crescer.

- Só se tiver coragem. - Santino inclinou a cabeça, os lábios quase roçando os de Eduarda, mas sem ceder primeiro. Era um jogo, e ambas sabiam disso, porque era um costume.

Edoarda riu de novo, mas dessa vez havia algo mais na risada, uma ponta de nervosismo misturada com a excitação do momento. Ela se moveu mais para perto, e Santino percebeu quando a postura confiante da amiga deu lugar a uma hesitação passageira. Sem quebrar o contato visual, Santino levou uma das mãos ao queixo de Eduarda, os dedos deslizando suavemente para o maxilar.

- Não se perde agora, Hippler. - A voz de Santino era quase um sussurro, mas carregava um peso que fazia Duda engolir em seco e lamber os lábios.

O momento parecia se arrastar, cada segundo mais denso que o anterior, até que, finalmente, Santino fechou os olhos e Duda cedeu. Seus lábios se encontraram em um toque que começou hesitante, mas logo se tornou mais firme, mais decidido. Santino segurou sua cintura, puxando-a para mais perto, e o mundo ao redor pareceu desaparecer completamente, dando lugar a um suspiro simultâneo de ambas. O beijo foi longo, lento, e cheio de coisas não ditas que ambas fingiam não notar há tempo demais. Quando se separaram, o ar parecia mais denso, e o silêncio que seguiu foi preenchido por um sorriso de canto de Santino e o olhar ligeiramente confuso, mas satisfeito, de Eduarda.

- É, talvez você saiba - Eduarda murmurou, os lábios ainda formigando.

Santino apenas deu de ombros, um sorriso malicioso brincando em seus lábios.

- Te avisei, gatinha.

O silêncio que seguiu parecia tão carregado quanto o momento anterior. Santino continuava com aquele sorriso preguiçoso, o olhar fixo no rosto de Hippler. Seus dedos ainda pairavam sobre a cintura de Duda, como se tivessem encontrado um lugar do qual não quisessem sair.

- E agora? - Eduarda perguntou, sua voz baixa, quase perdida no som distante da música. Ela passou a língua pelos lábios, como se quisesse saborear o resquício do beijo.

Santino deu uma risada baixa, inclinando-se para apoiar os cotovelos no encosto do sofá, relaxada, mas com os olhos ainda intensos sobre Eduarda.

- Agora? - repetiu, brincando com o tom. - Agora você decide se isso foi suficiente ou se quer outra rodada.

Eduarda estreitou os olhos, um sorriso brincando em seus lábios. Havia algo de desafiador naquele olhar, mas também um nervosismo que ela não conseguia esconder completamente.

- Pergunta idiota, cala boca e me beija, amiga. - Ela provocou, estendendo propositalmente o "amiga" no final. O calor do momento ainda estava ali, como uma faísca que ambas sabiam que poderia incendiar de novo a qualquer instante.

- Sério que eu sou a mais beba aqui? - Santino agarra o maxilar de Duda com certa força, o olhar preguiçoso percorrendo os detalhes do rosto da amiga. - Eu conheço você bem o suficiente pra saber como tirar essa sua postura.

Duda bufou, tentando esconder o rubor que subia por seu rosto. Mas antes que pudesse responder, Santino se inclinou para frente novamente, diminuindo ainda mais a distância entre elas.

- Fala a verdade. - A voz de Santino era baixa, rouca. - Você adora provocar sem peito pra continuar.

Eduarda abriu a boca para responder, mas hesitou. O sorriso de Sofia se alargou, e isso foi o suficiente para fazê-la revirar os olhos, frustrada.

- Tá bom, mas não menti, cala boca e me beija. - Admitiu, mas logo apontou um dedo na direção de Santino, como se quisesse evitar que ela se aproveitasse disso. - Mas não fica achando que ganhou, tá?

Santino riu, jogando a cabeça para trás por um instante antes de voltar a encará-la, os olhos brilhando.

- Se fosse um jogo, eu estaria na - Duda segura a mandíbula de Santino apressadamente, mais um beijo se inicia, dessa vez é mais afobado, firme e intenso que o anterior, demonstrando a urgência de ambas.

A música no fundo parecia recuperar seu espaço, Magdalena Bay com o refrão de Killshot cantava ao fundo deixando o momento ainda melhor.

~ Oh God, can you make my heart stop?

Hit me with your kill shot, baby

I mean it so serious ~

Uma luz fraca e um barulhinho de flash é direcionado a elas, mas isso era algo pra se preocupar mais tarde. O que seria mais alguma foto vazada? Nada, como sempre.

(SOARDA) - Promessa.Onde histórias criam vida. Descubra agora