Chapter 4

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─────────── CAPÍTULO 4
confrontos e verdades.

─────────── CAPÍTULO 4confrontos e verdades

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O dia estava quente, e o calor de Copacabana parecia não dar trégua

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O dia estava quente, e o calor de Copacabana parecia não dar trégua. Beto estava sentado no banco de uma praça próxima à praia, com o olhar perdido no horizonte, enquanto as ondas quebravam suavemente à distância. Ele se apoiava nas mãos, a cabeça baixa, como se o peso de suas preocupações fosse grande demais para carregar.

Ulisses se aproximou com seu habitual passo descontraído. Ele era alto, de pele negra e óculos de aro grosso, com um sorriso fácil que raramente deixava de iluminar qualquer ambiente. Apesar disso, quando viu Beto naquela postura, soube que algo estava errado.

— Cara, você está mal — disse Ulisses, sem rodeios, se sentando ao lado de Beto no banco. Ele observou a expressão distante do amigo antes de continuar. — O que aconteceu?

Beto levantou a cabeça, encarando o mar, sem responder de imediato. Ele sabia que Ulisses não era o tipo de amigo que aceitava evasivas, então se forçou a olhar para ele, tentando disfarçar a tensão.

— Ah, é só... essas coisas que acontecem, sabe? — Beto forçou um sorriso. — Bia, minha família, a galera toda. Está difícil colocar tudo em perspectiva.

Ulisses balançou a cabeça, ajustando os óculos com um gesto habitual.

— Ah, não começa com esse papo de "é só isso". Você está se enrolando, Beto. Eu te conheço, e sei quando você está evitando o problema.

Beto suspirou, jogando os braços para trás no banco.

— Eu não sei o que fazer, cara. A Bia está me perseguindo de um jeito... ela não aceita o fim, e agora, com a Maria...

Ulisses o interrompeu, sua voz firme.

— Você precisa ser claro com todo mundo. Inclusive com a Maria.

Beto olhou para o amigo, surpreso com a resposta direta.

— Como assim? Claro com a Maria? O que você quer dizer com isso?

— Estou falando daquilo que você está tentando esconder, meu amigo — disse Ulisses, com um tom sério. — Não adianta enrolar, você tem que decidir o que quer. A Maria não merece ser tratada como "coadjuvante" nessa história toda. Não é justo.

Beto ficou em silêncio por um momento, ponderando. O vento passava suave, mas dentro dele havia uma tempestade de dúvidas. Ele sabia que Ulisses estava certo. A forma como ele estava lidando com as coisas, se esquivando dos sentimentos e das responsabilidades, não estava sendo honesto nem consigo mesmo, nem com Maria. Mas a pressão de lidar com Bia, com o passado, e com as expectativas da família parecia esmagadora.

— E o que você acha que eu devo fazer, então? — perguntou Beto, com a voz cansada. — Dizer à Maria que estou completamente confuso e sem saber o que fazer com a minha vida? Não sei nem como lidar com a Bia ainda, e agora tem ela... a Maria.

Ulisses cruzou os braços, olhando para o amigo com seriedade.

— Eu acho que você tem que ser honesto com ela, Beto. Dizer tudo o que você sente. Se for para estar com a Maria, seja de verdade. Não adianta começar algo se você não está inteiro.

Beto passou a mão pelo rosto, a frustração estampada em seus olhos.

— Eu não sei se estou pronto para isso. Toda vez que vejo a Maria, lembro da Bia, e me sinto... incapaz de dar uma resposta. Parece que estou enrolando a vida inteira, fugindo de resolver as coisas de uma vez.

Ulisses o encarou com firmeza, como se estivesse olhando diretamente para o coração do amigo.

— Você está fazendo isso porque tem medo, Beto. Medo do que pode acontecer se você parar de correr de tudo. Medo de que, no final das contas, as coisas mudem, e você perca o controle. Mas eu te digo uma coisa: você não vai controlar as coisas para sempre. E mais cedo ou mais tarde, vai ter que lidar com as consequências.

Beto ficou em silêncio, pensando nas palavras do amigo. Ele sabia que Ulisses tinha razão, mas isso não tornava a decisão mais fácil. A relação com Bia sempre fora complicada, cheia de idas e vindas, e agora, com a chegada de Maria, a sensação de estar perdido parecia ainda maior.

Ulisses levantou-se, batendo as palmas das mãos nas coxas de forma resoluta.

— Não se engane, Beto. Eu entendo que você está confuso, mas não adianta continuar deixando tudo para depois. Você merece mais, e ela também. Seja honesto, e encare as coisas de frente. Se você ainda tiver sentimentos pela Bia, resolva com ela. E se for a Maria quem você quer, então vá em frente, sem medo.

Beto o observou por um momento, sentindo uma mistura de gratidão e culpa. Ulisses sempre fora o amigo que o desafiava a ser mais do que ele pensava ser possível.

— Valeu, Ulisses. Eu preciso pensar.

— Não pensa muito, não — respondeu Ulisses com um sorriso. — Só faz o que é certo.

Enquanto o amigo se afastava, Beto ficou ali, sozinho com seus pensamentos, olhando o horizonte e tentando encontrar a coragem para enfrentar o que precisava ser feito.

Enquanto o amigo se afastava, Beto ficou ali, sozinho com seus pensamentos, olhando o horizonte e tentando encontrar a coragem para enfrentar o que precisava ser feito

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FALLING IN LOVE | Beto Sobral.Onde histórias criam vida. Descubra agora