★CAPITULO CINCO:salvar

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Capítulo 5

A manhã chegou como um alívio silencioso. O céu, ainda encoberto por nuvens pesadas, exibia um tom estranho de cinza escuro, como se a noite não tivesse acabado completamente. Os primeiros raios de luz entravam pela janela, atravessando o vidro manchado pela chuva vermelha, projetando sombras irregulares pelo chão da sala.

O grupo foi despertado por um som diferente do que ouviram durante a noite. Não eram uivos ou rosnados desta vez, mas choros longos e baixos de cachorros, como se os animais estivessem lamentando algo. Os sons vinham de algum lugar lá fora, distantes o suficiente para não parecerem uma ameaça imediata, mas perto o bastante para arrepiar os pelos da nuca de quem ouvisse.

Um por um, os meninos abriram os olhos, ainda sonolentos, mas alertas. Felix foi o primeiro a erguer a cabeça, olhando ao redor com expressão confusa.

FELIX-O que foi isso? - sussurrou, com a voz rouca pelo cansaço.

João estava ao lado dele, os olhos ainda pesados de sono. Ele esfregou o rosto com as mãos, como se tentasse apagar o que tinha acontecido na noite anterior.

JOÃO-Parece... choro de cachorro? - respondeu, embora sua voz soasse mais como uma pergunta.

O som cessou de repente, deixando um silêncio desconfortável que tomou conta do ambiente. Todos se sentaram devagar, os rostos cheios de incerteza e medo. Eles se entreolharam, buscando algum tipo de explicação, mas ninguém tinha respostas.

Bruno levantou-se primeiro, caminhando até a janela. Ele olhou para fora, tentando ver o que estava acontecendo, mas a visão era limitada pela sujeira vermelha que manchava os vidros.

BRUNO-Não dá pra ver nada... mas está tudo tão quieto agora - disse ele, a voz carregada de tensão.

Hidden, ainda enrolada em um dos casacos, sentou-se com as pernas cruzadas, observando os meninos ao redor. Ela respirou fundo, tentando organizar seus pensamentos antes de falar.

HIDDEN-Passamos por uma noite terrível, mas estamos aqui. Isso é o que importa agora - disse, com firmeza. - Precisamos entender o que está acontecendo.

Chris se espreguiçou ao lado de Bruno, ainda tentando afastar o torpor do sono interrompido. Ele olhou para os outros e perguntou:

CHRIS-Alguém conseguiu dormir de verdade?

Heitor riu baixo, mas o som era seco, sem humor.

HEITOR-Dormir? Com aqueles uivos? A cada cinco minutos eu achava que alguma coisa ia arrombar a porta.

MATHEUS-Você não foi o único - acrescentou Matheus, que ainda segurava uma das cadeiras que haviam usado para bloquear a porta, como se ela fosse seu escudo pessoal.

Apesar da tentativa de conversa casual, o clima era pesado. O silêncio lá fora, agora sem choros ou qualquer som, parecia ainda mais assustador do que os ruídos da noite anterior. Era como se o mundo tivesse segurado a respiração.

Hidden levantou-se, ajustando os casacos ao redor de si. Ela olhou para cada um dos meninos, a expressão séria, mas tranquila.

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⏰ Última atualização: Nov 18 ⏰

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