4P (Amor... o mundo é pequeno.)

Capítulo 5 - Lamber

Toda festa tem seu fim. Assim como há encontros, também há despedidas. Hoje é o dia em que deixaremos de estar juntos.

Kewalin ainda tem receio de andar de barco, mas, se não for de barco, a única outra opção seria nadar até a ilha.

"Você não sabe nadar, certo? Então vai ter que ser de barco mesmo."

Durante a travessia, Kewalin segurava constantemente a barra da minha camisa, como se buscasse confiança. Eu olhei para ela, sorri e disse algo para tranquilizá-la:

"Se o barco afundar, eu vou te salvar novamente. Não se preocupe."

"Você é tão cheia de charme, né?"

"O quê? Estou falando isso de coração, com boa intenção."

"Desde que descobri que você é galinha, nunca mais consegui te ver de forma inocente. Você é como aqueles bad boys. Nunca pensei que conheceria alguém assim."

Eu ri e segurei a mão de Kewalin, mesmo que ela tentasse resistir de forma um tanto teatral. Na verdade, ela ainda estava assustada com o mar ao redor e, em parte, tinha sentimentos por mim. Hoje é o dia em que eu tenho que dar uma resposta...

Depois de cerca de trinta minutos, o barco atracou na costa. Todos desembarcaram um por um. Kewalin estava visivelmente desajeitada, com medo de tropeçar e cair na água.

Então, tive que apoiá-la, como se estivesse cuidando de uma criança pequena, com carinho.

"Não precisa mais ter medo. Agora você está em segurança, longe do mar."

Eu disse isso com um sorriso, e Kewalin assentiu, aliviada.

Os passageiros começaram a seguir para os transportes coletivos que os levariam ao mercado. Mas eu e Kewalin permanecemos ali, como se nossa história ainda não tivesse terminado.

"Você tem algo para me dizer?"

"Se você está falando sobre o que começamos a conversar ontem à noite... sim, tenho. Achei que você não fosse me perguntar mais."

"Se eu não perguntasse, você não diria nada?"

"Provavelmente não."

"Por quê?"

"Porque achei que você não levava a sério, e eu deixaria para lá."

"Além de galinha, você também é covarde."

Kewalin fez um bico, e o tom de reprovação em sua voz me fez sentir um pouco culpada.

Para ser sincera, eu sou uma covarde. Quando término algo com alguém, simplesmente desapareço, nunca digo diretamente porque tenho medo de machucar a pessoa. E, além disso, não consigo lidar com o orgulho ferido caso a pessoa que me interessa não corresponda aos meus sentimentos.

Hoje, por exemplo, se Kewalin não tivesse me perguntado, eu provavelmente não teria coragem de falar nada, com medo de ser rejeitada caso ela dissesse que o que aconteceu ontem à noite era brincadeira. Eu sou assim, penso demais em tudo.

"E então, você já decidiu o que vai fazer?"

"Se eu deixar de ser galinha e ficar só com você, vou me arrepender?"

Perguntei com a cabeça baixa, como uma criança com medo de que a professora ficasse brava por não entregar a lição de casa.

"Por que você se arrependeria?"