Hyunjin estava saindo com Chan, e quando deram o primeiro beijo, Chan revela já estar num relacionamento à três.
Agora cabia à Hyunjin fazer parte de um relacionamento aberto ou abrir mão da sua primeira paixão em anos - ela só não contava que os na...
— Eu realmente estou apaixonado por você. — Sua voz chega a soar docemente, mas no fim, era perceptível uma pitada de nervosismo. — O problema é que... Você não é a única por quem eu estou apaixonado.
Seus dedos acariciam minhas bochechas como se estivessem me consolando, mas eu me sinto parte de uma piada mal contada.
O que não me faz gritar aos quatro cantos é o fato dele ser tão desgraçadamente bonito, pois sinto que meus olhos simplesmente não conseguem desgrudar do rosto dele, e daquele nariz ridiculamente charmoso. Mas era algo que eu deveria esperar, todos os relacionamentos que eu já tentei sempre acabavam dando algo errado. Estava começando a achar que fui amaldiçoada, ou algo do tipo.
— Você acha que eu sou alguma palhaça? — pergunto, mas minha voz sai como se eu estivesse prestes a chorar.
Chan desliza suas mãos de meu rosto, segurando meus punhos, que nem percebi estarem fechados entre suas palmas, seus olhos se fecham como se estivesse tomando alguma coragem para continuar o que quer que isso fosse.
— Não, não, não é isso, me desculpe se foi isso que pareceu. — Seu aperto ao redor das minhas mãos é quase confortável. — Vamos sentar, eu vou te explicar, tá bom?
Eu não respondi, sequer acenei com a cabeça, mas deixei que ele me levasse até um banco próximo, porque embora estivesse realmente indignada com toda a situação, ainda estava curiosa, e uma explicação devia ser o mínimo que eu mereço agora.
Algo que eu não admitiria é que em seus plenos 27 anos, Chan estaria brincando com corações alheios, como um adolescente faria. Mas sua postura é muito calma e simpática para pensar em atrocidades do tipo, o que realmente me deixa confusa com o que diabos ele quis dizer com aquilo.
No fundo, não deixo de pensar que no fim das contas isso vai acabar não dando certo. É uma insegurança que sinto no fundo da minha alma trans, como se todos os meus relacionamentos estivessem fadados a dar errado por esse simples fato.
Nos sentamos e ele me olhou sem graça, mas desviou o olhar para o nada, enquanto eu, perplexa, sequer pude deixar de encará-lo.
— Okay, eu vou tentar te explicar tudo isso... — Ele se vira para mim, seus dedos batucavam em suas coxas, demonstrando sua ansiedade. — Antes de tudo, já quero deixar claro que em momento algum eu menti sobre meus interesses ou sentimentos para com você.
Isso chega a me aliviar um pouco, mas a tensão ainda é palpável. Mesmo assim, eu me mantenho calada, aguardando pelo pior.
— Certo... É algo meio... Atípico. Antes de conhecer você, Jinnie, eu conheci mais duas pessoas, e eu sou apaixonado por elas, assim como por você. Sei que parece algo super estranho, mas é a verdade, e bem, meio que nós três temos um... Relacionamento. — Chan intercalava seu olhar entre os meus olhos, e as palmas da mão em seu colo. — E só para deixar claro, eu não trai ninguém; esse encontro, essa declaração e o beijo... Foi tudo consentido entre nós.
Definitivamente estou surpresa. Tão surpresa que as palavras fogem de mim, e tudo o que eu consigo pensar é uma longa sequência de "o que?"
Certo, era inimaginável para mim que o bofe fosse poligâmico. Pra mim isso era mito ou coisa de adolescentes que querem aproveitar a juventude, mas então aqui estou eu, metida com um cara que namora outras duas pessoas e ainda assim diz estar apaixonado por mim tanto quanto pelas outras.
E eu nem sei onde ele quer chegar com isso, na verdade.
Meu silêncio parece causar ainda mais desconforto entre nós. Chan olhava atentamente meu rosto como se buscasse por alguma reação, mas realmente estou petrificada, congelada, nem eu sei exatamente o que fazer ou o que dizer.
— Tá... — murmurei, passando o cabelo por trás da orelha, planejando como seriam os próximos dias fingindo que não o conheço caso tudo desse errado. — Então o que você está planejando, Christopher Bang?
— Eu queria saber, Hwang Hyunjin... Se você aceitaria estar num relacionamento aberto comigo. Mas se você achar muito estranho e quiser acabar tudo agora, eu não vou contestar e nem ficar no seu pé, eu prometo.
E é assim que ele simplesmente joga a questão no ar, como se fosse simples de responder. Considerando o quanto eu já estava envolvida emocionalmente com ele, não dava para eu simplesmente dizer não, mas ainda havia uma voz no fundo da minha cabeça dizendo para eu pensar direitinho sobre isso.
— Calma aí. — Estendo a minha palma em direção ao seu rosto, eles não te amam como eu te amo, seria a frase perfeita a ser dita, mas não estava para piadinhas agora.
Nunca pensei em estar num relacionamento aberto. Eu nem sei como isso funciona, preciso urgentemente pesquisar quando eu chegar em casa — caso eu não esteja me acabando de chorar –, mas a única opção que realmente me resta agora é pedir pra pensar, porque não é algo simples. Se trata de relacionamentos e sentimentos reais aqui, não quero ficar colocando meu coração em situações que talvez não sejam confortáveis pra mim.
— Eu preciso pensar, Chan — respondo por fim, mas não olhando-o diretamente nos olhos porque estava desconfortável.
— Claro, o tempo que precisar — Ele segura a minha mão, e puxa meu rosto pelo queixo, me fazendo olhar em seus olhos. — Não se sinta obrigada a nada, qualquer decisão que tomar eu vou aceitar sem questionar.
Maldito galã.
Chan sorri pra mim, como se dissesse "está tudo bem", o que automaticamente me faz sorrir também. Esse era o efeito de Bang Chan sobre as pessoas, como se ele possuísse o controle de tudo e estivesse lá pra te acalmar sobre qualquer tempestade.
— Você quer continuar o passeio ou prefere ir pra casa...?
Honestamente eu preferia ir pra casa e contatar "o conselho" por via das dúvidas. Acho que Chan entenderia isso.
— Acho que eu preciso ir pra casa agora... — Fico tentada a acrescentar mais alguma coisa, mas permaneço em silêncio.
— Tudo bem, te acompanho.
Balancei a cabeça e nós dois nos levantamos, as mãos dadas, mas havia um certo desconforto naquele contato, e mesmo assim não fui corajosa suficiente para romper-lo ou dizer que eu posso ir sozinha.
É isso que Chan causa em mim, me faz parecer uma garota ingênua apaixonada. A paixão é realmente algo desconfortável, mas bom de sentir.
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estava eu triste e deprimido, logo pensei: não, isso não pode ficar assim!!
então eu fiz uma fanfic pra passar o tempo, ela tem intuito de ser boiola e engraçadinha, pra relaxar mesmo, é isto 👍
