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New York City
S/N S/S.

Naquele momento, enquanto preparávamos as panquecas favoritas de Kyle, percebi o quanto nossa vida era perfeitamente imperfeita. Taylor, mesmo de ressaca, se esforçava para animar nossa filha, fazendo caretas e inventando histórias sobre como o "suco mágico da festa" a deixou engraçada.

— Mamãe Taylor, você é muito boba — Kyle disse rindo enquanto Taylor equilibrava uma colher no nariz.

— E você ama isso, admita! — Taylor respondeu, fazendo uma voz engraçada, arrancando mais risadas da pequena.

Eu, por outro lado, observava as duas com o coração cheio. Havia momentos em que o glamour da vida de Taylor parecia distante do nosso pequeno mundo, mas então vinha uma manhã como essa, e tudo fazia sentido. A felicidade estava nas coisas simples: nas risadas de Kyle, no jeito desajeitado de Taylor enquanto tentava cozinhar e na paz de estarmos juntas.

Quando finalmente nos sentamos à mesa para comer, Taylor olhou para mim com um sorriso sereno.

— Obrigada por me lembrar de que isso aqui é o que importa.

— Não precisa agradecer — respondi, segurando sua mão por um momento. — Estamos exatamente onde deveríamos estar.

Depois do café da manhã, Kyle insistiu em fazer um piquenique no parque, e, apesar do cansaço, Taylor concordou. Passamos a tarde sob o sol, entre risadas e correria, enquanto Kyle brincava e nos fazia esquecer de qualquer preocupação.

Enquanto observávamos nossa filha correr atrás de um esquilo imaginário, Taylor se aproximou, enlaçando meus dedos nos dela.

— Acho que é isso que as pessoas chamam de felicidade plena, não acha? — ela perguntou, sua voz suave.

Olhei para ela, vendo a sinceridade em seus olhos, e sorri.

— Sim, acho que é exatamente isso.

Enquanto Kyle brincava escutei meu celular tocar e quando olhei a tela senti minhas pernas fraquejarem.

— Tudo bem? — Taylor perguntou percebeu meu estado.

— Não. A médica da Kyle tá ligando. — Taylor levantou do banco em um salto enquanto eu me segurava pra não cair no banco. — Atende pra mim.

Taylor pegou o celular rapidamente, seu rosto se transformando em uma máscara de preocupação. Ela atendeu e colocou no viva-voz, para que eu pudesse ouvir também.

— Alô? Aqui é Taylor, mãe da Kyle — disse, sua voz um pouco tensa, mas firme.

— Olá, Taylor. Aqui é a Dra. Mendes. Tenho algo importante para discutir com vocês sobre os últimos exames da Kyle. É um bom momento para conversarmos?

Meu coração afundou. Minha mente já estava correndo para os piores cenários, mas tentei me manter calma enquanto Taylor apertava minha mão para me dar forças.

— Pode falar, doutora — Taylor respondeu, tentando manter a compostura.

A médica fez uma pausa antes de continuar.

— Os exames mostraram algo que temíamos. Há sinais de que o câncer de cólon da Kyle voltou. Precisamos agir rapidamente para confirmar o diagnóstico e começar um novo plano de tratamento.

Senti como se todo o ar tivesse sido sugado dos meus pulmões. Minha visão ficou turva, e minhas mãos começaram a tremer. Taylor me olhou imediatamente, seus olhos já marejados, mas tentando se manter forte por nós duas.

O que isso significa exatamente? — Taylor perguntou, sua voz mais baixa agora.

— Precisamos que vocês tragam Kyle ao hospital o mais rápido possível. Quero realizar novos exames para entender a extensão do que estamos lidando. Sabemos que ela já é uma guerreira, e vamos fazer tudo o que for possível para tratar isso novamente.

Dancing with our hands tied (Taylor Swift e S/N)Onde histórias criam vida. Descubra agora