OLIVIA KAMARI
Chovia forte lá fora, os pingos grossos de água batiam contra o metal fazendo barulhos altos e assustadores. Tudo balançava, algumas garotas dormiam e outras estavam acordadas assim como eu, atentas a qualquer sinal de perigo.
Estávamos dentro de um caminhão de pequeno porte, não sabia se faziam horas ou dias já que apaguei depois de comer a comida oferecida pelos meus raptores e o mesmo aconteceu com as outras garotas.
A estrada parecia não ter fim, esburacada e provavelmente feita de pedra ou cascalho. Eu podia perceber devido aos solavancos de dava.
A velocidade do caminhão começou a diminuir até que finalmente parou.
Algumas de nós recuaram para o fundo do caminhão enquanto outras se levantaram e ficaram atentas ao que poderia vir a seguir.
As portas foram abertas e uma luz extremamente forte agrediu meus olhos, não conseguia enxergar aonde estávamos, mas sabia que havia alguém parado diante das portas.
— Vocês vão sair, uma por uma, sem gritar e sem tentar nenhuma gracinha, nós temos cães famintos aqui fora, doidos para garantir um pedacinho de carne fresca, então desçam uma de cada vez.
A primeira garota desceu, e então a segunda seguida da terceira e assim se sucedeu.
Era um terreno baldio, um enorme muro servia como proteção além do portão fortemente vigiado. A floresta ao redor era escura e sufocante, os troncos retorcidos pareciam observar cada movimento nosso. O ambiente me causava calafrios. Não havia qualquer indício de civilização, prédios ou placas para nos localizarmos.
Realmente haviam cães do lado fora, rosnando ferozmente para cada movimento que fizéssemos e homens armados o suficiente para impedir qualquer tentativa de fuga. Entregaram-nos capuzes e sem escolha, fomos forçadas a colocá-los. Amarraram nossas mãos com cordas ásperas e então nos fizeram caminhar por cerca de trinta ou quarenta minutos floresta adentro.
A chuva ainda nos castigava e o frio parecia não ter fim, tropecei vez ou outra em um tronco de árvore pelo caminho. Os sons dos galhos quebrando com os nossos passos, ou das folhas secas se desfazendo sob nossos pés descalços chegavam aos meus ouvidos, me deixando ainda mais desconfortável conforme os desgraçados armados até os dentes gritavam, xingavam e nos empurravam.
Contei quinhentos passos até perder a conta e então apenas me concentrei em ouvir os barulhos ao redor, o som de grilos cantando, o farfalhar das árvores com o vento, e até mesmo o som de um riacho correndo vigorosamente.
Nós finalmente paramos. O som metálico como o ranger de uma porta atravessou meus ouvidos e então começamos a descer, atentas a cada degrau, contei setenta no total.
Cruzamos um corredor à esquerda, e então mais vinte passos até cruzarmos a esquerda novamente. Eu contei cada passo, cada esquina que viramos.
Eu podia ser ruim em muitas coisas, mas meu senso de direção era ótimo.
A ordem para tirar os capuzes foi dada, e no mesmo instante obedeci.
No primeiro momento a luz forte tornou a incomodar meus olhos, pisquei algumas vezes antes de conseguir me adaptar a luz do ambiente e o que eu enxerguei foi desesperador.
Era um quarto espaçoso, as paredes brancas estavam impecáveis, não haviam janelas mas havia um ar condicionado e dutos de ventilação para que houvesse oxigênio suficiente circulando no subsolo.
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Ajuda - Série The Pleasure
Romance⚠️DARK ROMANCE 🔞 | LEIA O AVISO DE GATILHOS⚠️ Durante toda a minha vida eu almejava por algo que nunca encontrei, o desejo de pertencer me consumia e por causa disso fiz coisas das quais não me orgulho, coisas das quais eu me arrependo. Recomeçar...