NICE GUY, 𝗴𝗼𝗻𝗴𝗳𝗼𝘂𝗿𝘇.

𝟢𝟢𝟩.𝟤 ⋆ oceano.

[ Amar é um deserto e seus temores, vida que vai na sela dessas dores, não sabe voltar, me dá teu calor. Vem me fazer feliz porque eu te amo, você deságua em mim, e eu, oceano e esqueço que amar é quase uma dor, só sei viver se for por você. ]

A ansiedade pode ser um grande mal-estar físico e mental, uma agonia, mas também pode ser uma vontade enorme, uma grande impaciência, ansiedade pode ser uma emoção ou um transtorno psicológico.

O que pesava no coração de um ruivo de dezessete anos naquele momento era justamente isso, ansiedade. A ansiedade de saber que precisava resolver o que causou, de ter que encontrar com Taesan no dia seguinte, de ter que se justificar.

Jeno podia notar sua agitação, estava sentado no banco do carona, com os joelhos encolhidos contra o peito e mordia os cantos das unhas sem pausa, quase os fazendo sangrar, os olhos seguiam o caminho das ruas e sua respiração cada vez mais alta.

𑁋 Donghyun. - Ele chamou, atraindo sua atenção. 𑁋 Os sentimentos das pessoas não são um brinquedo, você não pode sair por aí tirando suas dúvidas sem ligar.

𑁋 Eu sei... - O adolescente murmurou, voltando a encarar a janela.

𑁋 Eu duvido muito que ele esteja com raiva de você, mas pense pelo lado dele agora, como se sentiria se seu amigo te beijasse e sumisse por dias? - Jeno parou o carro em frente à residência do irmão.

𑁋 Bem mal. - Um suspiro saiu de sua boca, a chateação em seu rosto era muito visível.

𑁋 Pensa nisso, agora entra e depois vê se pelo menos manda uma mensagem 'pra ele.

Os dois se despediram silenciosamente, Leehan gostava muito de seu irmão, muito mesmo, mas raramente podia ir vê-lo, ele era ocupado e morava muito longe, então acabava ficando na casa dele, mas com sua sobrinha e sua cunhada, não exatamente com ele.

A casa tinha um silêncio desconfortável, Heemi provavelmente já tinha ido embora naquele horário, então tudo o que ouvia era o barulho de seus pés se arrastando escada acima, odiava aquela casa grande tão silenciosa e sem graça.

Não sabia o que fazer agora, era tão difícil ter que lidar com sua impulsividade num momento como esses, era sua culpa, não era a mesma coisa que pintar o cabelo de laranja, ah, com certeza não era a mesma coisa.

Donghyun subiu as escadas olhando para o chão, distraído com seus pensamentos, mal levantando o rosto para enxergar seu próprio quarto, abriu a porta e foi caminhando para o closet, em busca de um pijama, queria chorar, e a vontade só aumentou quando esbarrou em algumas roupas de Dongmin.

Ele passava tanto tempo em sua casa que parecia morar ali, podia simplesmente sentir o cheiro dele naquele cômodo, era como se ele até mesmo estivesse ali...

𑁋 Não vai falar comigo?

A voz rouca ecoou no meio de roupas, gavetas e silêncio, o suficiente para fazer o ruivo dar um salto e derrubar algumas roupas no chão, os olhos arregalados se voltaram para o batente da porta, onde um Taesan de braços cruzados estava apoiado.

𑁋 Tae... San. - Sua voz falhou. Leehan podia sentir seu corpo começando a tremer junto com seu coração acelerado.

O rosto abatido do Han parecia reforçar o quanto tinha sido um tremendo fodido e o quanto isso tinha magoado seu melhor amigo, seus olhos piscaram cheios d'água e um arrependimento caiu em seus ombros.

𑁋 Oi, ruivinho. - O sorriso que ele abriu destruiu o Kim, que se sentia tão culpado.

Sua boca se abriu várias vezes, mas nada conseguiu sair, acabou ficando em transe e tropeçando em uma blusa, caiu imediatamente no chão, não doeu, na verdade nem sentiu que tinha caído, só quando viu o vulto do outro adolescente vindo até si.