Capítulo 8: O Primeiro Encontro

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Capítulo 8: O Primeiro Encontro

A primavera chegou trazendo consigo os ventos frescos e o aroma das flores recém-abertas. Em uma pequena cidade cercada por colinas verdes, dois jovens se preparavam para o que parecia ser mais um dia comum.

Noah agora era Ethan, um garoto de 17 anos, quieto e introspectivo, que adorava passar horas desenhando. Ele tinha um estranho hábito de rabiscar rostos que nunca havia visto, mas que sentia serem importantes. Em um desses desenhos, havia uma garota de olhos brilhantes que ele não conseguia tirar da cabeça, embora não fizesse ideia de quem ela era.

Lara, por sua vez, era agora Sophia. Com 16 anos, ela era uma garota determinada, apaixonada por música e com um sorriso que iluminava qualquer ambiente. Desde pequena, Sophia tinha sonhos recorrentes com um campo de flores e um garoto que ela nunca conseguia enxergar claramente, mas cuja presença a confortava.

Naquele dia, um evento na escola local reuniu alunos de toda a região. Era um festival cultural, e Ethan, relutante como sempre, fora convencido pelos amigos a participar. Ele estava em um estande de pintura, observando as cores se misturarem na tela, quando algo chamou sua atenção.

Sophia estava no palco, ajustando o violão antes de começar sua apresentação. Ethan olhou para ela e sentiu um arrepio inexplicável. Havia algo nela que parecia familiar, como se ele já a conhecesse de algum lugar.

Quando Sophia começou a cantar, a melodia ecoou pelo salão, prendendo a atenção de todos. A voz dela era doce, mas cheia de emoção, e Ethan não conseguiu desviar o olhar. Cada nota parecia despertar algo dentro dele, como se estivesse tocando uma memória esquecida.

Após a apresentação, enquanto Sophia caminhava pelos corredores do evento, seus olhos cruzaram com os de Ethan. Foi um instante breve, mas intenso. Ambos pararam por um momento, como se o tempo ao redor tivesse desacelerado.

— Oi — ela disse, sorrindo. — Gostei do seu estande. Você que fez aqueles desenhos?

Ethan hesitou antes de responder, sentindo o coração disparar. — Sim... eu gosto de desenhar.

Sophia apontou para o caderno que ele segurava. — Posso ver?

Ele entregou o caderno sem pensar, e ela folheou as páginas com curiosidade até parar em um desenho que fez seu coração disparar: o rosto de uma garota que parecia muito com ela mesma.

— Esse desenho... — ela começou, com a voz tremendo levemente. — Por que você fez isso?

Ethan olhou para o chão, envergonhado. — Eu não sei. Às vezes, eu sinto que preciso desenhar coisas que não entendo. Mas eu... acho que conheço você.

Sophia sorriu, apesar da confusão em seus pensamentos. — Isso é estranho, porque eu sinto o mesmo.

Por alguns minutos, eles ficaram em silêncio, como se buscassem palavras para explicar o inexplicável. Porém, nenhuma explicação parecia suficiente.

— Talvez... a gente devesse se conhecer melhor — sugeriu Sophia, quebrando o silêncio.

Ethan sorriu pela primeira vez em muito tempo. — Eu adoraria.

Enquanto caminhavam juntos pelo festival, conversando sobre suas paixões e descobrindo o quanto tinham em comum, algo dentro deles parecia se alinhar. Sem perceber, estavam dando o primeiro passo para cumprir a promessa que fizeram em outra vida.

E, mesmo sem lembrar exatamente quem haviam sido, ambos sentiam que estavam no caminho certo, como se o universo estivesse conspirando para reuni-los novamente.

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