Carlos 👻
Chegamos no ponto, e ela parou na calçada, virando pra mim.
— Valeu por me acompanhar. Não precisava, mas foi legal. — Ela disse, com aquele mesmo sorriso que parecia carregar mais coisa do que as palavras dela diziam.
Eu dei um aceno com a cabeça, metendo as mãos no bolso.
— De boa. Cê parecia que ia se perder sozinha.
Ela riu, balançando a cabeça.
— Acho que você gosta de se fazer de durão, mas é mais tranquilo do que parece.
Fiquei quieto, só encarando ela por uns segundos. Era engraçado como ela me lia, mas sem ser invasiva. Era só uma sensação de que ela realmente prestava atenção.
— Talvez. — Respondi, olhando pra rua. — Ou talvez cê só tá vendo o que quer ver.
Ela não respondeu de imediato, mas o sorriso dela aumentou. Era como se ela gostasse do desafio, e eu achei isso interessante.
O ônibus dela chegou, e ela deu um passo em direção à porta, mas parou antes de subir.
— A gente se vê por aí, né? — Ela disse, mais uma afirmação do que uma pergunta.
Eu dei um meio sorriso, acenando com a cabeça.
— Quem sabe.
Ela subiu, e o ônibus foi embora. Fiquei parado ali, olhando as luzes vermelhas desaparecerem na rua. Não sabia exatamente o que pensar sobre ela, mas uma coisa era certa: ela tinha conseguido me tirar da minha zona. E isso não era algo que acontecia com frequência.
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No Ritmo do Imprevisível
RomansaEm uma história marcada pela sutileza dos gestos e pela intensidade do que não é dito, Bruna e Carlos se encontram em um jogo de olhares e pequenos sinais. Enquanto Carlos se mantém distante, com seu jeito de esconder sentimentos, Bruna sente uma co...