Capítulo 13 - Amar

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Finalmente, Kewalin apareceu na confeitaria às quatro da tarde... enquanto eu, que tinha chegado às onze da manhã, fiquei esperando por cinco horas sem poder fazer nada.

Hoje, ela veio com um visual descontraído: o cabelo recém-cortado na altura dos ombros, levemente ondulado. Kewalin parecia diferente, mais doce, mais bonita, a ponto de acelerar meu coração. Além disso, o perfume suave de Flor de Cerejeira, que ela sempre espalha delicadamente pela pele, flutuava no ar, atraindo olhares de quem passava. Isso só a tornava ainda mais deslumbrante, multiplicando sua beleza por dez, ou até cem vezes.

Eu amo você, Kewalin...

Mesmo que, desta vez, você tenha se atrasado cinco horas.

"Lamento mesmo por chegar tarde! Não quero inventar desculpas pelo meu erro, mas olha só os remédios que o médico me deu."

Kewalin exibiu a sacola cheia de medicamentos, suficientes para substituir uma refeição, com uma expressão de culpa que partia o coração. Eu dei um sorriso leve para ela, sem saber se deveria me sentir irritada ou culpá-la. Afinal, já tinha passado. Já estava atrasada. Não deve ter sido algo que ela fez de propósito...

Ou será que foi?

"E aí, como você está agora? Está tudo bem? Já consegue mexer o braço?"

Kewalin mexeu o braço um pouco, confirmando que estava bem, o que me deixou aliviada.

"Estou bem, não foi nada grave. Caso contrário, eu nem teria vindo. Aliás, você tem muita paciência, Anna. Cheguei tão atrasada e você ainda conseguiu esperar. Sério, podia ter ido embora e marcado outro dia."

Eu dei um sorriso meio forçado, sem saber o porquê, mas, apesar do tom inocente com que ela falou, senti uma vontade de agarrá-la pelos cabelos e bater sua cabeça contra a mesa até que tudo acabasse logo.

"Eu não queria perder a chance de encontrar você, Kew... digo, Lin."

"Por que você me chamou de Kew?"

Ela levantou ligeiramente as sobrancelhas, intrigada. Eu não sabia bem como explicar, então apenas dei de ombros.

"É costume. Acho que todo mundo já te chama de Lin. Se eu for a única que te chama de 'Kew', isso me faz ser especial, sabe?"

"Se você se sente mais confortável me chamando de Kew, pode chamar. Não importa como você me chama, eu ainda sou eu."

Não importa... A atitude indiferente dela me deixou paralisada. Nos olhos de Kewalin, eu já parecia uma completa estranha. Tanto faz como eu a chame, não somos mais Jat J e Jum-jim uma da outra.

"Cortou o cabelo? Ficou mais bonito, bem diferente."

"Minha mãe pediu pra cortar. Quando o acidente aconteceu, o sangue ficou todo grudado. Além disso, senti vontade de mudar algumas coisas na vida. Então, cortei. Fico feliz que você achou que ficou bom. Mas você deve realmente querer me ver para ter esperado tanto tempo assim. Acho que somos bem próximas, não é?"

Kewalin fez uma expressão de surpresa.

"Para ser honesta, também estou surpresa. Nunca pensei que teria uma amiga próxima. Normalmente, não me aproximo muito das pessoas. E agora, quando finalmente tenho uma amiga, ninguém ao meu redor parece conhecê-la. Isso é meio estranho."

"Está com medo de que eu tenha te enganado, Kew?"

"No começo, admito que sim. Mas, sinceramente, não vejo por que você faria isso. Além disso, o fato de você estar salva no meu celular como Jat J prova que nos conhecemos de verdade e que somos próximas, pelo menos até certo ponto. Mas, então, por que... por que eu não consigo me lembrar de você?"

4P (Amor... o mundo é pequeno.)Onde histórias criam vida. Descubra agora