Por favor Mike... Não torne mais difícil do que já é...
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Centenas e mais centenas de fotos nossas naquela caixa velha, azul com detalhes amarelos... Essas são as nossas cores. E aqui tem nossas memórias boas, memórias as quais eu quero levar para sempre comigo.
Fotos de momentos felizes de uma vida toda até agora, mas que foram forçados a acabar em uma única tarde. Por mais que eu saiba que seja mentira.
Estávamos nos afastando e esfriando um com o outro a mais meses do que eu posso lembrar. Não sei exato quando começamos a esfriar, mas aconteceu...
Já fazem meses desde que nós terminamos. Talvez façam mais de seis meses, não sei, parei de contar quando chegou no três. Mas o que importa é que já passaram-se tempo o suficiente para eu me curar de você, das lágrimas e dos soluços que eu passei meses chorando e lamentando por você, da dor no peito ao pensar ou lembrar de você e por mais que me doa, ainda não esqueci dos sentimentos, talvez eu não queira mais esquecer deles.
Eles me trazem nostalgia de algo que eu fui, que você foi, mas principalmente algo que nós fomos e vivemos. Esse sentimento me ajudou a amadurecer, tanto na minha vida amorosa, quanto com as experiências dolorosas e sôfrega que podemos passar ao se envolver com algo que não esteja dando certo ou que nem chegue perto de funcionar. Nós passamos longe de algo passageiro, pelo menos para mim, mas sinto que para você não foi diferente.
Amar é um sentimento lindo, emocionante, colorido e as vezes doloroso. Amar é você aprender a não amar apenas as qualidades de alguém, mas amar e aprender a viver com seus defeitos dela também. Amar é estar ao lado dessa pessoa na felicidade dela, em seus momentos de tristeza e dificuldades; é ser o porto seguro do outro, assim como ele deve ser o seu.
O amor é um campo que deve ser explorado com cuidado, pois ele vive nas terras no coração, e cada passo errado pode gerar um desmoronamento que talvez não tenha concerto tão cedo. Quando se escolhe se entregar ao amor, você automaticamente, entrega nas mãos do seu parceiro o poder de te machucar, te destruir e ficar a maré de incertezas se ele está te machucando as cegas ou não. É entregar a essa pessoa o poder de te fazer sorrir em seu dia mais triste, de te fazer se apaixonar todo dia um pouco mais. Dar a ela o poder de te ter de corpo e alma, de pensar no futuro enquanto ambos confiam a parte mais sensível do seu corpo ao seu parceiro.
Eu posso afirmar que eu amei te amar. Vivi momentos e passei por coisas que eu nunca iria passar sem me arriscar a deixar meu coração assumir a razão e liderar minhas ações. Foram lindos seis anos juntos. Mas nem tudo que é bom dura para sempre.
Não tínhamos a maturidade que temos hoje. E erramos. As palavras que deixamos de falar um ao outro foi nos afastando pouco a pouco, criou um muro de gelo entre nós dois. Não estávamos vivendo como dois amantes, dois namorados... Estávamos vivendo como dois conhecidos que moravam juntos.
Eu percebia a infelicidade e o frio que pairava no ar da nossa casa. Você podia estar me abraçando, me passando seu calor, mas mesmo assim eu conseguia sentir meu corpo se arrepiar, meu coração se apertar contra meu peito e meu estômago se agitar dentro de mim, se embolando com meus órgão e criando a mais perfeita definição de dança caótica. Não éramos felizes.
Eu ainda me lembro; era vinte e seis de abril quando eu te chamei para aquela cafeteria onde nós costumávamos ir. Você estava cansado do trabalho, e entrou pela porta do lugar confortável. Passou pelo balcão de madeira escura e cheia de itens aleatórios, como um bloco de notas, um celular deixado ali, os cardápios e até mesmo um copo de capuccino largado ali, sem dono.