Louis Tomlinson, um literato de livros dramáticos em busca de inspiração, decide viajar para uma ilha remota na Ligúria, Itália, e tem seu caminho cruzado com Harry Styles, um pacato funcionário de uma livraria, floricultura & cafeteria local.
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Acordo imerso em uma sensação reconfortante, como se um abraço caloroso me envolvesse, aquecendo meu ser de fora para dentro. Os raios de sol, brincando delicadamente entre as folhas que se entrelaçam sobre a carroceria da caminhonete, projetam um mosaico de luz e sombra sobre nossos corpos.
Estou meio desperto, sentindo o calor do corpo de Harry repousando sobre meu peito, ambos apenas de boxers e camisetas. O perfume dele, com toques de camomila, amêndoas e jasmim, é familiar, mesmo que eu já tenha me acostumado durante toda a noite. Ele dorme profundamente, com o rosto sereno e relaxado, e não consigo evitar um sorriso ao ver como ele parece tão pequeno e vulnerável aqui, aconchegado em meus braços.
Harry começa a se mover lentamente, seus cílios longos piscando devagar enquanto acorda aos poucos. Seu sorriso espontâneo é deslumbrante ao perceber como meu braço o envolve com firmeza, impedindo que ele se afaste nem por um instante. Não preciso pensar muito para perceber que a mesma serenidade e tranquilidade que sinto se refletem em seu corpo, assim como a profunda satisfação e relaxamento que emanam dele, evidentes em seu rosto sereno e relaxado.
Mas então, ao lançar o olhar para o céu claro, a expressão de Styles se transforma de forma repentina. Seus olhos, agora ainda mais verdes sob a luz da manhã, se arregalam ao perceber que já é dia.
— Não, não, não. È giorno.
Um aperto no coração surge em meu peito ao notar sua expressão tensa e apressada. Ele não precisa dizer mais nenhuma palavra, mas sei que seus pensamentos estão voltados para Geraldine. Aparentemente, passar a noite fora não é uma possibilidade que ele acolhe bem. Desejo perguntar o que está acontecendo, mas a maneira como ele se retrai me faz hesitar. Gradualmente, minha mente remete ao desespero que ele demonstrou quando nos atrasamos para o jantar na Baía de Infreschi.
Harry começa a se afastar de mim, seu corpo tenso e inquieto. Sinto uma leve onda de hesitação atravessar minha coluna, acompanhada por um calafrio inesperado, à medida que aquela sensação confortável e segura que antes nos envolvia é pouco a pouco substituída por medo e angústia.
Não consigo nem dar a devida atenção às manchas em sua clavícula que meus lábios deixaram.
Contemplo os discretos pontos azuis nas bordas de suas íris verdes e, em seguida, desvio o olhar para seus lábios, observando a maneira angustiada como seus dentes pressionam o lábio inferior.
— Louis, você pode me levar pra casa, per favore?
Há uma fragilidade na forma como ele pronuncia isso, que me deixa preocupado. A palavra "casa" sai com uma entonação quase teatral, como se não fizesse sentido para ele, soando como uma farsa.
— Claro. — Respondo suavemente, tentando transmitir uma sensação de calma.
Eu gostaria de entender o que se passa em sua mente, mas percebo que este não é o momento ideal. Em vez disso, decido dar a ele o espaço necessário para se recompor.
