De bom humor Op. 3 No. 3 Merikanto

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A recente onda de felicidade de Jacob havia se tornado uma presença palpável em sua vida, impossível de ignorar. Fossem seus companheiros, os outros caras da oficina ou até mesmo seu próprio pai, Billy, parecia que todos haviam notado a transformação notável nele.

No entanto, sob a superfície dessa recém-descoberta felicidade, uma sombra pairava — uma que lançava um peso enorme sobre Billy. Jacob e aquele dentro de seu segredo entendiam muito bem a razão por trás de sua felicidade incontrolável. Estava relacionada a duas palavras simples: Edward Cullen. Ele não tinha vergonha de admitir para si mesmo que sua alegria, ao que parecia, vinha da companhia de um vampiro.

Billy, por outro lado, não compartilhava do entusiasmo do filho pela razão por trás dessa nova alegria. Nos momentos de silêncio em que o Black mais velho se permitia refletir sobre essa situação, ele não conseguia deixar de se lembrar das lendas antigas. A marca era uma força poderosa e vinculativa que conectava a alma de alguém à de outro, inquebrável e profunda. Billy sabia disso e há muito tempo aceitava as complexidades sobrenaturais de suas vidas. Mas a ideia de que sua própria carne e sangue, seu filho amado, estava passando tempo com um vampiro era algo que ele achava profundamente desconfortável, até mesmo desviante.

A trégua desconfortável entre os Cullen e os Quileute era uma coisa, um pacto frágil nascido da necessidade que Ephraim havia feito pelo bem da tribo. Mas a noção de sua família, seu único filho, se envolvendo com as mesmas criaturas que sua tribo historicamente se opôs era uma pílula amarga para Billy engolir. Ele se preocupava com as consequências e os perigos que poderiam recair sobre seu filho, especialmente porque um vampiro aparentemente estava caçando a filha de seu amigo, Bella, por estar envolvida com Edward Cullen. Agora seu filho seria outra vítima daquela sanguessuga, e ele não queria pensar em seu filho falhando no fogo cruzado.

Enquanto Billy observava seu filho calçando os sapatos antes de ir ver Edward, ele se viu preso no turbilhão de emoções conflitantes — o amor profundo que ele tinha por seu filho e o medo primitivo do desconhecido. Ele não conseguia negar a felicidade genuína nos olhos de Jacob, mas não conseguia abraçar completamente a razão por trás disso.

"Pai, pai?" Billy piscou algumas vezes antes de focar sua atenção em seu filho. "Ei, eu vou indo... você sabe."

Billy assentiu. "Você realmente precisa ir à casa dos Cullen todo dia?" ele se perguntou.

Jacob bufou. "Eu não vou todo dia, só quando tenho um intervalo entre a escola, a oficina e minhas tarefas por aqui", explicou o garoto.

Billy não pareceu impressionado com o filho. "Você o viu duas vezes esta semana, e é só quinta-feira", Jacob corou.

Ele não percebeu quanto tempo estava passando com Edward, mas também não percebeu quando era hora de ele voltar. Eles tinham encontrado um novo ritmo falando sobre o passado deles, e considerando o de Edward, bem, eles ainda tinham muito o que discutir. Eles nem tinham coberto os anos de Edward como humano.

E ele gostava de ouvir o vampiro falar. Sua voz era suave e trazia algum tipo de conforto. "Não é como se ele pudesse vir aqui. Além disso, Sam passa o tempo todo com Emily, e ninguém diz nada sobre isso. O mesmo com Brady... Por que eu deveria ser diferente?"

"Você sabe por quê, Jacob?"

Jacob franziu a testa. "Você tem que aceitar. Eu gosto de passar tempo com ele, ok? Eu me sinto feliz. Faz muito tempo que não me sinto assim, pai. Ele é um bom amigo..."

"Só um amigo?", perguntou o homem.

Jacob engoliu em seco. Ele sabia como isso terminaria, o vínculo, a impressão que supostamente os uniria, e Jacob estava começando a desenvolver certos sentimentos em relação ao vampiro, mas ele não tinha certeza se era mera afeição ou outra coisa. "Sim, apenas um amigo", Jacob respondeu. "Vejo você mais tarde", e ele saiu de casa.

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