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Narradora.
03:54AM
2024.

Naquela noite, enquanto S/N tentava descansar no quarto na parte de cima do galpão, a adrenalina da corrida ainda corria em suas veias. As palavras e os gestos de Taylor ecoavam em sua mente, se misturando com a excitação do que ela havia alcançado. Mas havia algo mais ali, um turbilhão de emoções que S/N não sabia como nomear.

O toque de Taylor, aquele beijo cheio de intenção, a forma como ela parecia tão certa de tudo... Aquilo a irritava e ao mesmo tempo, a desarmava. Não era só sobre as corridas. Era sobre algo mais profundo que S/N não queria admitir, nem para si mesma.

Do lado de fora, a chuva começava a cair, e S/N se perdeu olhando pela janela, tentando encontrar um sentido em tudo. Foi então que o som de movimentos no andar de baixo e logo depois batidas na porta a trouxe de volta à realidade. Ela franziu o cenho, se perguntando quem poderia ser àquela hora.

Ao abrir, lá estava Taylor, encharcada pela chuva, mas com aquele mesmo olhar desafiador. Ela estava com uma garrafa de cerveja em uma mão e, na outra, segurava um casaco que parecia ter sido esquecido no galpão.

— Você esqueceu isso — disse Taylor, erguendo o casaco.

S/N cruzou os braços, inclinando a cabeça.

— Você veio até aqui, debaixo da chuva, só pra trazer isso?

Taylor deu de ombros, um sorriso de canto se formando.

— Talvez. Ou talvez eu só quisesse ver se você estava bem.

S/N revirou os olhos, mas abriu espaço para que Taylor entrasse. Ela fechou a porta, se sentindo estranhamente consciente da presença da outra mulher.

— Eu estava bem até você aparecer — respondeu S/N, tentando manter o tom indiferente.

Taylor deixou a garrafa e o casaco sobre a mesa.

Taylor se encostou na mesa, os braços cruzados, observando ela com um olhar intenso.

— Talvez eu tenha vindo pra dizer que você foi incrível hoje. E que... você me surpreendeu.

As palavras pegaram S/N desprevenida. Ela se virou para encarar Taylor, tentando decifrar o que havia por trás daquele tom.

— Você sabe como confundir uma pessoa, não é? — disse S/N, a voz mais suave agora.

Taylor sorriu, um sorriso mais sincero dessa vez.

— Não é minha intenção. Bom, talvez seja um pouco.

S/N riu baixinho, balançando a cabeça. Pela primeira vez, a tensão entre elas parecia diminuir, dando lugar a algo mais leve.

— Eu ainda não entendo você, Taylor. Um segundo você me provoca, no outro, me apoia. Qual é o seu problema?

Taylor deu um passo à frente, a expressão séria.

— Meu problema? Talvez seja o fato de que, desde que você chegou, eu não consigo pensar em mais nada.

O silêncio que se seguiu foi esmagador. S/N piscou, surpresa, tentando processar as palavras. Mas antes que pudesse responder, Taylor continuou.

— Você me desafia de um jeito que ninguém mais faz. E, por mais irritante que isso seja, eu não consigo evitar.

S/N abriu a boca para dizer algo, mas fechou novamente. Havia uma sinceridade no tom de Taylor que ela não esperava, e isso a desarmou.

— Eu... — começou S/N, mas não conseguiu terminar.

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⏰ Última atualização: 13 hours ago ⏰

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