𝐂𝐎𝐌𝐏𝐀𝐍𝐇𝐄𝐈𝐑𝐀, Alice Cullen

011.

UMA HORA ANTES DA VISÃO

Adara estava sozinha em casa. Sua mãe estava trabalhando e Bella tinha ido passar a tarde com Jacob, então ela aproveitou para colocar o dever de casa em dia apesar de ser sexta-feira.

Ela mal durou dez minutos com eles antes de se jogar no sofá para rabiscar distraidamente em seu caderno. Ela queria dar um rosto àqueles olhos que a obcecavam mas nem sabia como seria o rosto daquela garota. Porque sabia que era uma menina, tinha certeza disso.

Eles têm olhos dourados. De repente, esse pensamento finalmente surgiu em sua mente. Ela olhou para a página do seu caderno, no centro da qual havia enormes olhos dourados. Seria possível...? Mas ela nunca tinha visto um vampiro com aqueles olhos, apenas Laurent e ele os tinham de um vermelho arrepiante.

Será que seu subconsciente poderia tê-la avisado desde o início sobre o segredo que estava escondido em Forks? Um daqueles vampiros com olhos dourados? Seus sonhos poderiam ter revelado a existência dos Cullen para ela?

Os sonhos mostram algo que amamos ou tememos. As palavras de Alice passaram pela sua cabeça. Em que caixa estariam os Cullen para que seu instinto não parasse de repetir aquele sonho?

O barulho agudo do telefone a tirou de seu reflexo. Ela se levantou rapidamente, indo em direção a ele.

— Sim?

— Sou eu. — a voz de sua mãe era inconfundível mas o tom sério colocou Adara em alerta. — Bella está com você?

— Não, está na reserva. Por que? O que aconteceu?

— Charlie e alguns amigos estavam na caçada procurando aquele animal. — os cabelos de Adara começaram a ficar em pé. Algo deu errado. Victoria os encontrou. — O amigo de Charlie sofreu um ataque cardíaco enquanto eles caminhavam pela floresta. Harry Clearwater. Não pude fazer nada por ele, ele já estava morto quando chegou ao hospital.

O alívio tomou conta da ruiva por alguns segundos antes que ela se sentisse terrivelmente mal por isso. Não foi Victoria nem Charlie quem ficou ferido, mas alguém morreu. Mesmo que fosse por causas naturais, foi uma tragédia.

— Sinto muito, mãe. Como está Charlie?

Um suspiro pesado veio do outro lado da linha.

— Destruído. Eles eram amigos desde sempre. Liguei para Bella no celular dela, mas ela não atendeu.

— Não se preocupe, irei até a reserva avisar.

— Obrigada, querida. Tome cuidado.

— Sempre. Iremos imediatamente para o hospital.

Ela desligou o telefone e rapidamente pegou as chaves do carro. Enquanto caminhava até o carro estacionado na garagem, ela ligou para Bella, mas sua tentativa foi tão mal sucedida quanto sua mãe.