Eva Moore
Mesmo de olhos fechados, eu conseguia senti-lo. Meu corpo ardia a cada toque. Uma trilha de fogo se formava por onde suas mãos percorriam meu corpo. Cada aperto, cada contato deixava marcas em minha pele, me reivindicando como sua.
Eu gemia involuntariamente, completamente incapaz de controlar meu próprio corpo – ou meus pensamentos – diante da intensidade das sensações que ele – quem quer que fosse – me fazia sentir. Minha respiração se tornava cada vez mais irregular e meu coração batia descontroladamente no peito, enquanto arrepios percorriam minha espinha, fazendo-me tremer diante do prazer avassalador que eu sentia.
Eu estava em um oceano de êxtase e agonia e caos, incapaz de distinguir onde terminava um e começava o outro. Minha mente estava completamente em branco; meu mundo começava e terminava com explosões avassaladoras de prazer, que pareciam transcender a realidade.
—Minha – ele rosnou, a voz profunda impregnada de desejo e autoridade – sem qualquer vestígio de dúvida ou questionamento –, enviando arrepios pela minha espinha.
Estava tão perto de gozar que chegava a doer.
—Sua – choraminguei, incapaz de contrariá-lo. Não quando cada nervo do meu corpo vibrava em êxtase devastador e inebriante. Estava viciada, completamente subjugada por ele, entregue às sensações intensas e ao fogo que corria em minhas veias.
Meu corpo inteiro tremeu quando dor e prazer se espalharam por mim, me estilhaçando com o orgasmo com um orgasmo intenso, arrastando-me para um abismo de insanidade, desejo e luxúria.
Se esse fosse o inferno, eu não me importaria de queimar.
†
Acordei ofegando.
Meu coração batia descompassado em meu peito; um suor frio escorria pela minha testa, grudando meu cabelo na pele molhada. Lágrimas escorriam pelo meu rosto e – por alguns instantes –, tudo que eu conseguia sentir era a adrenalina correndo em minhas veias. Minha mente ainda estava turva, tentando distinguir entre a realidade e o que parecia ser um sonho extremamente vívido e perturbador.
Fiquei totalmente imóvel na cama e, lentamente, me forcei a respirar fundo, tentando acalmar os tremores que percorriam meu corpo. Olhei ao redor do meu quarto me certificando que estava mesmo em casa, de que realmente estava acordada e não em outra camada do sonho.
Também me belisquei algumas vezes, só para ter certeza.
Me arrastei para fora da cama – quando tive sucesso em me convencer de que tinha acordado – e fui em direção ao banheiro, lavar o rosto. Joguei água no rosto e passei as mãos molhadas na nuca. O contato da água gelada com minha pele quente foi agradável. Repeti a ação duas vezes antes de me decidir tomar banho. A água fria do chuveiro me atingiu, apagando os vestígios daquele sonho perturbador, que parecia ter sido impresso em minha mente.
Respirei fundo enquanto a água fluía pelo meu corpo, desfazendo os nós de tensão que haviam se acumulado dentro de mim. Queria que todo o medo e estresse fossem pelo ralo junto com a água.
Quando terminei, fechei o registro e caminhei para fora do box em direção ao meu armário, no meu quarto. Ainda era cedo demais para me arrumar para a escola, então decidi vestir uma camisa branca e a primeira calcinha que vi pela frente.
Ao terminar de me vestir, fui até a beira da cama e me sentei, exausta de mais para fazer qualquer coisa, mas alerta de mais para voltar a dormir. Meus olhos vagaram até a janela, vendo a chuva forte do lado de fora.
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Devious Temptation
RomansaEva nunca se sentiu verdadeiramente conectada com o Divino; ela se sentia quebrada, vazia. Apenas uma casca do que deveria ser. Até a noite em que adentrou as ruínas de uma igreja e, ingenuinamente, se colocou no caminho da tentação. A partir desse...