Capítulo 6 - Tessa

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Meia hora depois chego na casa de Sevika carregando um buquê simples.

Ela não parecia gostar muito desse tipo de coisa, mas quando estava vindo acabei não resistindo e comprei um para ela.

Enquanto tento ajeitar o laço que junta as flores, escuto um barulho de tiro que me faz recuar no mesmo instante.

Quando escuto mais dois tiros penso em pegar meu rifle, mas lembro que o deixei em casa já que não queria ficar carregando uma arma.

Belo dia para não trazer, penso com desgosto.

Tento me esconder atrás de um muro, mas quando escuto passos não resisto e tento ver o que estava acontecendo. Eu ainda era uma defensora, então tinha o dever de ajudar as pessoas. Não podia ficar me escondendo como um covarde.

Quando me aproximo, fico surpresa ao ver que se trata de Sevika.

Ela anda pelo beco em passos lentos enquanto apoia a mão no seu braço mecânico.

Sinto meu coração acelerar enquanto corro em direção a ela.

-Sevika.- chamo, parando na sua frente, vendo que seu rosto está ferido. -Quem fez isso com você?

-O que você acha?- pergunta, sua voz soando irritada.

Ela parece com raiva, o que me deixa um pouco nervosa.

-Eu realmente não sei quem foi.

-Uma defensora.- resmunga, passando por mim. -São sempre vocês defensores.

-Deixa eu te ajudar.- peço, mais uma vez parando na frente dela.-Por favor.

-Não.- resmunga, me olhando irritada. -Eu não confio no seu tipo.

-Mas eu não fiz nada disso.- murmuro, torcendo para que ela pare de me ver assim logo. -Essa defensora te bateu?

-Apenas atirou quando eu estava distraída.

-Então por que seu rosto está machucado e seus dedos cobertos de sangue?- indago, sabendo que também houve uma luta corporal.

-Isso foi outra pessoa.

Pelo visto muitas pessoas não gostam dela.

-Isso está meio feio. Será que eu posso te ajudar?- peço novamente.

Pelo modo que ela me olha sei o que está pensando. Provavelmente algo como “uma defensora fez isso e você ainda quer se envolver. Eu conheço o seu tipo.”

-Eu sei que você não gosta das pessoas de Piltover e muito menos dos defensores, mas eu apreciaria muito se você me desse uma oportunidade para provar que nem todos somos assim.

-Meio difícil de acreditar.- resmunga, se sentando no chão.

-Eu já te dei algum motivo para achar que eu sou uma má pessoa?- indago, me acomodando ao seu lado.

Quer dizer, eu também não parecia a melhor pessoa do mundo nesse meio tempo, mas também não era a pior. Sei lá, eu era meio neutra.

-Então eu posso tirar pelo menos o sangue?- peço mais uma vez, porque aparentemente eu adoro me humilhar por mulher bonita.

-Faz o que achar melhor.

Apoio o buquê na minha perna e pego um lenço no meu bolso.

Paro a poucos centímetros do seu rosto, e em seguida estendo a mão com o lenço para começar a remover o sangue do nariz.

-Não se mova, por favor.- murmuro, começando a limpar.

Contudo, Sevika reclama o tempo todo dizendo que não precisa de ajuda e que já teve muitos ferimentos piores, mas como ela não se afasta e nem me pede para parar, eu continuo limpando o sangue.

-Você tem algum remédio ou algo para passar nos cortes?

-Eu não preciso disso.

-Certo.- murmuro, deslizando o lenço até a altura dos seus lábios, tirando o vestígio de sangue que tinha ali. -Terminei.

-Eu preciso ir.- diz, desviando o olhar. -Tenho coisas importantes para fazer.

-Antes eu queria te entregar isso.- murmuro depressa, estendendo as flores em direção a ela. -Eu achei que você poderia gostar.

-Sério, princesa?

Seus olhos vão em direção às flores, e em seguida para o meu rosto.

-Se quer tanto me dar um presente eu prefiro isso.

Sua mão toca meu rosto, erguendo meu queixo.

Antes que eu possa perguntar o que seria, ela pressiona sua boca contra a minha.

Abro meus lábios e no mesmo instante sua língua desliza para dentro.

Ela beija tão bem.

Sua boca é suave e exigente contra a minha, e isso é bom.

Sevika segura meu quadril com uma mão, e como se eu não pesasse nada, move minha perna para que eu fique sentada nela.

Por um momento eu não penso em nada, apenas quero sentir os lábios dela contra os meus. Mas quando me lembro que ela está ferida e que o buquê sumiu me afasto.

-As flores.- exclamo, olhando para baixo, vendo que elas caíram no chão.

Saio de cima de Sevika e as pego rapidamente.

-Eu não quero.

-De qualquer modo leve elas. Eu comprei pensando em você.

Para a minha surpresa Sevika pega o buquê sem falar nada.

Eu achei que ela teria alguma coisa sarcástica para dizer sobre as flores.

-Acho que você tem seu compromisso agora.- respondo, me levantando. -Precisa de ajuda para chegar até lá? Eu posso te acompanhar.

-Apenas volte para Piltover.

ʕ・ิɷ・ิʔฅ

Eu estava pensando em postar alguns capítulos com o ponto de vista da Sevika, vocês gostariam disso?

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⏰ Última atualização: 9 hours ago ⏰

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Sevika - O ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora