Cap 5.

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Bisteca abaixou a cabeça e lambeu o rosto de Gabrielle.
- Não, não desculpo - disse ela, afastando-o.
- Nem tente se safar. Você poderia ter me matado. Sabia que é quase o dobro do meu peso? Agora saia da cama.
Bisteca gemeu como uma criança amuada e pulou para o chão. Gabrielle se sentou na cama, com o peito i as costas doendo. Olhou para o relógio e pensou: Já? Ela e Bisteca se espreguiçaram ao mesmo tempo, antes de Gabrielle afastar as cobertas.
- Venha- chamou. - Vou deixa-lo ir pa fora antes deu entrar no chuveiro. Mais não vire as latas de lixo do vizinho de novo. Eles deixaram uma mensagem grosseira na secretaria eletrônica.
Bisteca olhou pra ela.
- Eu sei,eu sei - disse Gabrielle - É so lixo mais algumas pessoas são estranhas mesmo.
Bisteca saiu do quarto e foi até a porta da frente. Gabrielle o seguio. Fechou os olhos por apenas um instante. Grande erro.
Ao sair do quarto, bateu com os dedos do pé na cômoda. Ela deu um grito e começou a falar vários palavrões, pulando de um pé só e vestida com seu baby doll cor-de-rosa, tinha certeza que tava parecendo uma versão louca daquele coelho da propaganda das pilhas energizer. Bisteca apenas lhe lançou um olhar que parecia dizer :Que demora..Foi você quem me acordou, portanto ande logo..Tenho coisas pra fazer la fora.
Ela gemeu.
- Não esta vendo qur eu me maxuquei?
Bisteca bocejou de novo e Gabrielle esfregou o dedo do pé antes de segui-lo mancando.
-Obrigado por me ajudar. Você é inútil numa emergência.
Logo depois de pisar no dedo maxucado de Gabrielle- ela sabia que ele tinha feito de propósito- Bisteca saiu. Em vez de ir direto as latas de lixo do vizinho, perambulou pelos terrenos arborizados e vazios que ficavam ao lado da casa de Julie. Ela o viu virando sua grande cabeça de um lado para o outro.
Deus obrigado por isso, pensou Gabrielle.
Nos últimos dias, Bisteca estava enlouquecendo.
Seguia-a por toda parte, recusando-se a perdê-la de vista por um instante sequer, exceto quando ela o deixava sair. Gabrielle não conseguia nem lavar as louças sem se esbarrar nele umas cinco vezes. E a noite era ainda pior. Na noite passada ele tivera ataque de uivos, intercalados com latidos ocasionais. Isso deixou Gabrielle pensando se deveria comprar uma casa de cachorro com isolamento acústico ou uma espingarda.
Não que Bisteca algum dia tivesse sido. ..bem, normal. Com a exceção de elebmarcar território, ele sempre agira como se fosse um humano. Recusarva-se a comer na tigela, não prescisava de coleira e sempre que Gabrielle ia assistir televisão subia no sofá e olhava pra tela. Quando alguém falava com ele - Bisteca inclinava a cabeça e olhava atentamente, como se estivesse acompanhando a conversa. Bisteca não prescisara de treinamento. Tudo que Gabrielle fizera fora lhe mostrar uma única vez. Para os outros pareciam muito estranho, mas para ela não, gostava disso, pois fazia com que ela se sentisse um Dr. Dolittle moderno.
Mesmo que isso significasse dizer frases completas para o cão, ter discussões com ele e lhe pedir conselhos de vez em quando.
Não era tão estranho assim era? Estavam juntos desde que Bruno morrera e durante a maior parte do tempo Bisteca era uma ótima companhia.

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⏰ Última atualização: Jul 20, 2015 ⏰

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