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FAZIA HORAS DESDE que Rhaenyra e Addam haviam partido, deixando o castelo em um silêncio incomum. Jacaerys não havia se mostrado após aquele momento intenso, e Lithye sabia que o príncipe precisava de espaço, mas a preocupação ainda martelava sua mente.
O cheiro do chá quente era reconfortante, mas não era o suficiente para afastar a sensação de inquietude que a invadia.
Ela estava em uma torre afastada do restante do castelo, um lugar onde raramente alguém se aventurava. A pequena torre tinha uma vista imponente, com a paisagem se estendendo além das muralhas do castelo, mas a princesa não estava ali para apreciar o cenário.
Ela estava ali para se distanciar, para descansar um pouco da tensão crescente que permeava o castelo, especialmente com as notícias de guerra e as ameaças iminentes.
Aelys dormia tranquila em sua pequena cama, a criança ainda tão pequena, tão frágil, mas já capaz de invadir o coração de Lithye com uma intensidade que ela não poderia controlar. A bebê tinha o rosto rosado, mas as bochechas ainda estavam um pouco úmidas por conta do choro que a havia acordado. Lithye sabia que a menina ainda era muito jovem para entender o que acontecia ao redor dela, mas o medo em seus olhos sempre a afetava profundamente.
O choro de Aelys havia despertado Lithye três vezes durante a noite, e cada vez que isso acontecia, ela se apressava para confortá-la, sem pensar muito, sem questionar o cansaço que a consumia.
O chá em sua mão parecia ser a única coisa que a conectava à realidade naquele momento, mas a bebida quente não parecia fazer muito para afastar a exaustão que tomava conta de seu corpo. Seus olhos estavam pesados, o sono acumulado, e seus fios ruivos estavam bagunçados, caindo sobre o rosto, um reflexo claro do cansaço que ela tentava disfarçar.
A cada gole de chá, ela tentava se acalmar, mas sua mente estava em outro lugar, pensando no marido, no que ele estava passando, na pressão sobre ele.
De repente, um som quebrou o silêncio, um barulho baixo vindo do corredor. Lithye parou por um momento, olhos atentos, os sentidos aguçados. Ela imaginou que fosse algum guarda fazendo sua ronda ou talvez algum servo distraído, mas a tensão ainda estava ali, no fundo de sua mente.
Era raro que alguém se aproximasse tão tarde da torre. Ainda assim, ela preferiu não se mover, apenas levou o chá aos lábios novamente, tentando encontrar um pouco de consolo no calor da bebida.
O barulho se repetiu, agora mais próximo. Lithye franziu o cenho, desconfiada. A pequena cama onde Aelys descansava era apenas um lembrete da fragilidade de sua vida naquele castelo, mas ela não podia se permitir ser vulnerável.
