A Marca da Maldição - JK + JM

🐺 Chapter Twenty-Six 🦊

Seus olhos, meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só

N A R R A D O R A

Dia da invasão

Ao falarmos sobre o Deus que representa o amor, a arte, o erotismo e todas as boas emoções que existem, costumamos imaginar casais felizes, paixões intensas, desejos vorazes e tudo o que eleva as pessoas a um estado de êxtase. Contudo, Eros não dispunha apenas de um tipo de flecha. Embora a flecha de ouro fosse a mais famosa, caracterizando-se pela sua coloração dourada, havia na verdade quatro tipos, e ele escolhia cada uma delas de acordo com seu estado emocional.

A dourada inspira amor e paixões intensas.

A flecha de rosa provoca amor e desejos suaves.

A flecha de fogo desperta paixão ardente, do tipo irresistível.

A flecha de chumbo causa aversão e repulsa.

Por outro lado, a última flecha mencionada era a única que Eros havia utilizado poucas vezes durante sua longa jornada. Isso porque, se ele tinha o poder de espalhar amor pelo mundo, preferia não trazer à tona sentimentos negativos, a menos que fosse absolutamente necessário.

Essa específica flecha tinha o potencial de despertar ódio e ressentimento, além de extinguir o amor e o desejo. Representava a frieza, endurecendo os corações. Assim, ele contava nos dedos as ocasiões em que a usou em suas criações e, por isso, guardava na memória cada um desses momentos.

Dessa forma, ele recordava com clareza da primeira vez que encontrou Hoseok em sua vida anterior. Hoseok era um alfa comum, sem características surpreendentes, mas o que o tornava distinto era sua ardente paixão por um rei que nunca poderia ter.

Em primeiro lugar, naquela época, não era comum que alfas tivessem relacionamentos com outros alfas, o que era visto de maneira negativa pela monarquia. Em segundo lugar, além de toda essa complexidade, o objeto de seu amor era um rei que, naquele momento, procurava uma noiva para dar continuidade ao seu reino. E, para dificultar ainda mais a situação do apaixonado, ele era apenas o filho de um cozinheiro do palácio. Sem títulos ou um nome que lhe conferisse prestígio, ele se sentia ainda mais invisível em meio a todas aquelas personalidades importantes que passavam diante de seus olhos.

O que acontecia era que Eros detinha todo o amor do mundo dentro de si. Não é à toa que era reverenciado como um verdadeiro anjo, sendo tão querido por seu povo. Ele não conseguia ficar indiferente ao sofrimento alheio causado por amor; assim que percebia alguém padecendo, imediatamente se movia para que aquele desejo se manifestasse e se realizasse.

Esse era seu passatempo favorito, e por essa razão, não suportou a situação de Hoseok por muito tempo, decidindo então intervir.

Entretanto, assim que atingiu Hoseok com a flecha áurea, foi advertido pelo Deus do destino, que já tinha percebido a situação à distância.

- Tu bens sabes que eu não me meto em suas decisões e nem interfiro no modo que age com nossa criação, mas nesse caso aí, estás errado. Irá destruir o rei.

- Irei? - seus olhos estavam fixos ao rei mencionado, esse que estava conversando com uma ômega, possivelmente sua futura rainha.

- Não vê? - Moros questionou. - Ele é um alfa de princípios, não irá deixar seu reino para se casar com outro alfa, Eros. Fora que se ele fizer isso, destruirá tudo o que construiu durante os anos, ele não poderá se casar com esse alfa de qualquer maneira, será um sofrimento para os dois, o que fizestes foi um grande erro.