Eu sinto a falta de você
Me sinto só
E aí?
Será que você volta?
Tudo à minha volta é triste
E aí, o amor pode acontecer
De novo pra você, palpite.
🐺
T A E H Y U N G
O barco balançava incessantemente conforme nos aproximávamos do tikvá, e a escuridão que se alastrou só me fazia sentir mais pavor do que estava por vir. O alfa que anteriormente havia me descoberto próximo às águas do Sul, agora me prendia com força segurando os meus braços por trás de meu corpo, como se houvesse alguma rota de fuga e alguma maneira de se dispensar do seu domínio. Algo que era definitivamente impossível.
O odor esquisito de bambú circulava pelos arredores, e a marca em meu pescoço pulsava como se meus alfas soubessem precisamente o que estava acontecendo. Podia sentir a inquietude dos dois igualmente, e isso me afligia ainda mais.
A lua iluminava aquele breu onde estávamos e ele suspirava rente ao meu ouvido, me fazendo intuir aquele hálito horroroso. Vez ou outra roçava propositalmente em meu corpo com o balançar do barco o que me dava náuseas visto que as lembranças de Junseo me atingiam. Me recusava a olhar para trás, sabia que ele era um dos alfas que maltratavam ômegas, tive convicção quando vi a tatuagem que havia em seu braço, uma bússola. A mesma que alguns alfas do Oeste carregavam.
Não tinha ideia do que aconteceria comigo no tikvá, mas não era difícil de pressupor logo que a cidade tinha uma reputação terrível e bárbaro para com os ômegas.
— Estou curioso, garoto — o alfa que me segurava vigorosamente falou baixinho como se temesse me apavorar — O que um ômega tão charmoso fazia sozinho em meio ao rio, hum? Estava atrás de um alfa para te satisfazer, é isso? Consigo apreciar um aroma forte vindo de ti — ele puxou o ar deixando seus feromônios circular onde estávamos.
— Eu sou um ômega marcado — engoli a seco quando senti sua respiração próxima ao meu pescoço. Ele estava procurando a marca para ter certeza, e levou somente alguns segundos para que o mesmo começasse a rir.
— Então ele virá atrás de ti? Será interessante ver a tentativa de suicídio, afinal, não é fácil adentrar em nossa povoação.
Fechei os olhos quando a primeira lágrima escorreu só pelo pavor do que Hoseok e Yoongi seriam capazes de fazer para me ter em segurança. E a partir daquele instante, eu comecei a me arrepender de ter saído dos braços dos dois, de fato a impulsividade não me deixou ponderar direito e essa falta de realismo me levou até onde estava agora, e para piorar, sem a presença de Jimin por lugar nenhum.
O que acabou tornando tudo em vão.
Passado alguns minutos, o alfa que carregava uma corda dentro daquele barco, acabou amarrando os meus pulsos para que eu não tentasse nada contra ele. O homem foi veloz em voltar a remar em uma rapidez acima do habitual, me fazendo suar pelo nervosismo e tremelicar em ansiedade pela expectativa do quão ruim seria aquilo que me aguardava.
Meus olhos buscavam alguma figura conhecida pelas águas mais à frente, no entanto não havia nada. As terras do tikvá eram extensas, um município de fato imenso e rico em ouro e frutas, o que fazia os ômegas trabalharem mais e serem ainda mais subjugados.
Em síntese, o barco parou depois de algum tempo assim que chegamos na areia que dava início às terras da cidade. O grande alfa que me sequestrou me puxou com certa barbaridade para fora da embarcação, e o meu corpo esbarrou com força no seu, mas ele não pareceu ligar para o impacto. Nos arredores havia tochas de fogo acesas em grandes toras de madeira que ficava presa no chão de areia, e ao redor havia grandes árvores bem bonitas, o que quebrava aquele lugar sombrio onde muitos eram maltratados.
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A Marca da Maldição - JK + JM
Fanfiction[ EM ANDAMENTO ] Jimin é um alfa lúpus que acabou sendo amaldiçoado por uma bruxa, se tornando o primeiro ômega lúpus de toda uma linhagem. Ela esperava que ele nunca mais tentasse fugir de seu destino, por isso determinou que a maldição só chegaria...