Me Ajuda Velho?

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*Lilla chegou ao restaurante onde havia combinado de se encontrar com seu avô. Era um lugar discreto, com mesas espaçadas e poucas pessoas. Quando entrou, avistou Robson já sentado em um canto reservado, com a expressão séria, mas ao mesmo tempo acolhedora. Ele usava sua típica camisa de flanela e o boné que nunca deixava de lado.*

Lilla: Oi, velho.
*Lilla disse ao se aproximar, colocando a jaqueta na cadeira e sentando-se à frente dele.*

Robson: Oi, filha.
*Robson respondeu, levantando os olhos para a neta. Ele deu um leve sorriso, mas sabia que o encontro não era por um motivo leve.*
Tá com essa cara de preocupação por quê?
Não é seu estilo.

*O garçom chegou com um cardápio, mas Lilla dispensou.*

Lilla: Só um refrigerante pra mim, por enquanto.
*Ela olhou para o avô.*
E o senhor, quer mais alguma coisa?

Robson: Já pedi o de sempre.
*Robson respondeu antes de encarar a neta.*
Agora desembucha, o que tá pegando?

*Lilla suspirou, cruzando os braços sobre a mesa.*

Lilla: Ela recebeu uma intimação lá na escola. Estão abrindo um inquérito contra a Isa, dizendo que ela me tirou do meu pai.
Que ela tá influenciando minhas decisões e tal...
É ridículo. Mas não é qualquer acusação, e ela tá super abalada.

*Robson franziu o cenho, apoiando os braços na mesa.*

Robson: Quem foi o desgraçado que teve a ideia de abrir essa palhaçada?
Isso tá com cheiro de armação.

Lilla: Também acho.
*Lilla respondeu, tomando um gole do refrigerante que o garçom havia acabado de trazer.*
E só consigo pensar que o meu pai tem dedo nisso.
Ele não aceita o fato de eu estar com ela, e isso é o tipo de coisa mesquinha que ele faria.

*Robson bufou, claramente irritado.*

Robson: Esse homem nunca soube cuidar nem de si mesmo, quanto mais de você. Mas não se preocupa, eu vou dar um jeito nisso.

Lilla: É por isso que te chamei aqui.
*Lilla disse, com um meio sorriso.*
Eu sabia que você ia me ajudar.
Mas, por favor, nada de fazer nada... ilegal, tá bom?

*Robson riu, mas o brilho nos olhos dele mostrava que a ideia já tinha passado pela cabeça.*

Robson: Você acha que eu sou o quê, filha?
Mas vou resolver isso de um jeito que nem vai ter cheiro de sujeira.

*O garçom trouxe os pratos que Robson havia pedido, e Lilla finalmente pediu algo para si, embora estivesse mais focada na conversa do que na comida. Enquanto comiam, Robson começou a traçar um plano.*

Robson: Vou usar uns contatos meus.
Gente que deve alguns favores.
Vamos descobrir exatamente quem tá por trás disso e calar a boca deles antes que isso vá pra frente.

Lilla: Obrigada, velho.
*Lilla disse, tocando na mão do avô.*
A Isa não merece passar por isso.
E, sinceramente, eu também não aguento mais essa novela com meu pai.

Robson: Você é minha neta, Lilla.
Minha prioridade é proteger você.
Se ele acha que pode usar você pra alcançar o que ele quer, tá muito enganado.

*Eles terminaram o almoço entre conversas mais leves, mas Lilla sentia o alívio de saber que não estava sozinha para enfrentar o problema. Ao se despedir, Robson prometeu entrar em contato assim que tivesse novidades. Ela voltou para a moto, com uma leve sensação de esperança no peito.*

*Isa sentou-se à mesa da sala dos professores com Luiza, ainda pensativa. O almoço estava na sua frente, mas ela mexia na comida sem realmente comer. Luiza, que estava se servindo, reparou no silêncio da amiga e arqueou a sobrancelha.*

Luiza: Tá com uma cara de quem tá cheia de coisa na cabeça.
*Luiza comentou, tentando puxar assunto.*
O que foi, Isa?

*Isa suspirou, largando o garfo no prato.*

Isa: A Lilla.
Não quis almoçar comigo hoje.
Disse que precisava ir pro Praiana mais cedo, mas sei lá... tem algo estranho.
Ela estava diferente.

Luiza: Ela pode só estar cheia de coisa pra fazer.
*Luiza respondeu, tentando parecer casual, mas desviou o olhar rapidamente para evitar que Isa notasse seu desconforto.*

Lilla: Não sei, Luiza.
A Lilla sempre é direta, mas hoje ela parecia estar escondendo algo.
Tipo... fugindo mesmo.
*Isa estreitou os olhos, encarando a amiga.*
Você sabe de alguma coisa?

*Luiza tossiu, fingindo ajeitar a garganta.*

Luiza: Eu?
Não sei de nada, mulher.
Deve ser coisa da sua cabeça.
Relaxa.

*Isa inclinou-se na direção de Luiza, franzindo a testa.*

Isa: Luiza...
Você não tá escondendo nada, né?

Luiza: Claro que não!
*Luiza disse rápido demais, balançando as mãos como se quisesse afastar qualquer acusação.*
A Lilla é uma garota meio imprevisível, mas ela te ama. Não tem nada de errado.
Vai ver ela só tá com outra coisa na cabeça.

*Isa suspirou novamente, mas parecia longe de estar convencida. Ela pegou o celular depois de um tempo e mandou uma mensagem para Lilla. Nada. Resolveu ligar, mas a chamada foi direto para a caixa postal. Aquilo a deixou ainda mais inquieta.*

*Depois que terminou o almoço, Luiza se afastou rapidamente, pegando o telefone no corredor. Ligou para Lilla assim que teve um momento sozinha.*

*Ligação On*

Eu: Lilla, pelo amor de Deus, você precisa ser mais convincente nas suas desculpas.
*Luiza disse assim que a loira atendeu*

Sem Juízo : Oi pra você também.
*Lilla respondeu com sarcasmo.*
O que foi agora?

Eu: A Isa tá desconfiada. Disse que você tava estranha e que parece estar escondendo algo."

Sem Juízo: Eu não escondi nada.
Só... não quis contar pra ela sobre o almoço com meu avô.
Não quero que ela se preocupe à toa.
*Lilla disse, tentando justificar.*

Eu: Tá, mas ela não é boba.
Cuidado, Lilla.
A Isa não vai deixar isso quieto por muito tempo. Você sabe como ela é.
*Luiza advertiu.*

Sem Juízo: Eu sei.
*Lilla respondeu, um pouco irritada.*
Mas eu só quero resolver essa confusão antes de jogar tudo no colo dela.
Depois eu explico.
Por enquanto, deixa comigo.

*Luiza suspirou, mas não insistiu.*

Eu: Tá bom.
Só não enrola muito, porque você sabe que a Isa odeia segredos.

*Ligação Off*

*Lilla desligou, passando a mão pelos cabelos. Ela sabia que precisava ser mais cuidadosa. Isa era esperta demais para deixar algo passar despercebido, mas ela queria proteger a namorada antes de tudo.*















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