𝑺𝒊𝒏 𝑻𝒊𝒆𝒎𝒑𝒐 ● Nick Leister

0̶0̶2̶ 𝓜𝓪𝓷𝓼𝓲𝓸́𝓷 𝓛𝓮𝓲𝓼𝓽𝓮𝓻

 "𝕹𝖚𝖓𝖈𝖆 𝖓𝖊𝖌𝖚𝖊 𝖘𝖚𝖆 𝖋𝖆𝖒𝖎́𝖑𝖎𝖆, 𝖒𝖊𝖘𝖒𝖔 𝖘𝖊 𝖊𝖑𝖆 𝖓𝖊𝖌𝖆𝖗 𝖛𝖔𝖈𝖊̂."

                                 -Velozes e Furiosos.

Maya POV

              Me sentia totalmente desnorteada, a ligação de minha mãe naquela madrugada de sexta feira me fez refletir sobre a vida que estava levando. Ouvir seu choro soluçado pelo telefone, suas preces para que eu voltasse para a casa infelizmente me fizeram desistir de tudo.

E aqui estou eu, 7 horas da manhã indo com as únicas roupas que eu possuía dentro de uma mala preta sem graça. Sentia um frio extremamente horrível na barriga ao sequer pensar que veria Noah novamente, ela deve estar tão grande, me sinto extasiada com a ideia. 

Tudo dentro deste ideal parecia bom, a não ser a parte de se mudar para a casa de Will, meu padrasto. Ele parecia ser gentil, mas eu não suporto gente rica, são mesquinhos e se acham os donos do mundo. Não dão valor a nada. Sinto ódio porque vim das ruas, conheço várias pessoas que dariam tudo pra ter o que esses canalhas tem todo os dias, mesa cheia, e uma casa para morar.

Acabei cedendo pela Noah, minha irmã mais nova, eu não nego que amo aquela garotinha. Mas não posso deixar minha pose cair na frente da pirralha.

Meu Civic acabou ficando com o homem da corrida, acho que ele vai cuidar bem da minha bebe, até porque para voltar para a minha família precisava me afastar dos volantes. Mamãe me pediu encarecidamente para que parasse com as corridas ilegais, e se para conseguir ver a Noah novamente preciso largar tudo isso, eu faço o esforço.

Olho para meu celular e olho a mensagem de Dota. 

"Faz 3 hrs e eu já to com sdd"

Eu o adorava, ele combinava comigo, tinha química, nos damos bem. Sorria para o celular imaginando quando o verei novamente. 

Minha atenção é desviada para o motorista:

_ Chegamos senhorita.- Dita o homem de terno preto. Em minha frente pude ver o portão enorme  que a Mansão Leister possuía. Parecia que suas grades eram feitos do ouro mais puro. O jardim tinha sua grama da coloração de um verde vivo, a fonte de agua com o esculpido perfeito. 

Desci do carro espantado, e mamãe já me esperava na frente com seu marido Will. Eu não sabia como reagir, não sentia a euforia que achei que iria sentir. Acho que suas palavras de 1 ano atras ainda me ferem.

_ Minha filha!- Raffaela corre e me abraça forte. Pude sentir seu corpo tremulo, e me sentia té mal por não ter esta mesma excitação.

_ Certo, mãe. É bom revê-la!- Digo a afastando do abraço espinhento. Will se aproxima de mim lentamente e estende sua mão. Aperto sem muitas delongas.

_ É um prazer tê-la conosco Maya. Espero que goste da mansão!- Diz o homem com um tom leve. Olha-lo me dava enjoo.

_ Acho bem difícil, confesso.- Digo me afastando dele com um sorriso sarcástico. _ Afinal, vim pela Noah. 

Me viro de costas e vou até o carro ignorando a suposta reação de minha mãe.

_ Ah, Maya, deixa que o Martin lhe ajuda com as malas.- Dita Will. Logo vejo um senhor se aproximar de mim e agarrar minha mala, rapidamente agarro a mesma.

_ Ah não precisa! Eu mesma levo.- Digo tentando puxar a mala, mas o senhor não permite.

_ Eu insisto.- Ele faz mais força.

_ Não, eu levo!- A situação acaba se tornando até um pouco constrangedora. Aonde aquele senhor tira tanta força?? 

_ É meu trabalho.- Diz o senhor educadamente ainda pressionando a mala contra seu peito. O observo com os olhos cerrados.

_ Está bom mortinho, você venceu.- Largo a mala suspirando. Me direciono em direção a mansão. Aquele lugar devia ter mais de 40 hectares juntos.

A casa era enorme, e por dentro era chique, espaçosa, parecia que cada cômodo tinha alguma pedra ou joia rara, seja nos lustres ou decoração da parede. 

_ MAYA!!- Ouço uma voz estridente vindo da grande escada. Passos delicados se aproximam me fazendo olha em direção da voz.

Sem muito tempo para raciocinar, sinto um pulo em meus braços, a pele macia e o jeito de morango açucarado já indicava quem era. 

_Noah..- Agarro a mais nova em um abraço apertado. Sim, eu estava morrendo de saudade da minha irmãzinha. Aquela que cuidei por tanto, mas tanto tempo.

_ Você veio mesmo! Achei que não viria, meu deus estou tão feliz!!- A mais nova me solta sorrido com lágrimas nos olhos. 

_ Você faz drama sabia?- Rio bagunçando seu cabelo. A mesma faz biquinho fingindo estar chateada.

_ Ah vem ver seu quarto! Eu mesma decorei.- Noah me puxa pelo braço escadas a cima. Desde quando essa menina era tão animada assim?

_ Preparada?- Ela para em frente a uma porta branca enorme, tinha alguns detalhes em dourado. Noah abre as portas revelando um quarto enorme. A cor predominante no local era branco e bege, algo simples, confortável, elegante e simples. 

Logo se releva mamãe atrás de mim e Noah.

_ E ai? Amou ou amou?- Pergunta minha irmã se jogando na cama. 

_ Não me deixou muitas opções senhorita Noah.- Dou uma risada nasalada.

_ Escolhemos nos mínimos detalhes meu amor.- Nossa mãe se aproxima de mim sorrindo. _ Estamos felizes que deixou aquela vida e voltou para nós.

Ao ouvir as palavras de minha mãe, desviei o olhar rapidamente. 

_ Você sabe que voltei pela Noah...- Digo sem olhar para seu rosto. Pude sentir o suspiro de desanimo de minha mãe.

_ Não precisa de nada?- Pergunta minha mãe. Nego com a cabeça. 

_ Iremos lhe deixar descansar, não esqueça, hoje a noite temos uma janta especial em um iate, não se atrase.- Dita Raffaela já na porta. Arregalo os olhos confusa. Jantar em lugar de gente milionária, ninguém merece!

_ Eu nem tenho roupa mãe!- Digo surpresa.

_ Tenta dar uma olhada no roupeiro.- Ela diz dando um sorriso.

_ Mae!- Chamo sua atenção._ Obrigada...

Minha mãe sorri um pouco aliviada. Bom, no final de contas, era bom estar com a família de certa forma. Noah estava ao meu lado novamente, e eu podia cuidar dela, do meu jeito.