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Detroit, Michigan.
Dias atuais.

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A biblioteca da universidade estava silenciosa, exceto pelo suave sussurrar das páginas sendo viradas e o som distante de teclados sendo digitados. Eu estava ali, cercada pelo cheiro familiar de livros antigos e papel, mas minha mente estava longe. Com um risinho nervoso, eu perguntei:

— Como é? — a risada saiu involuntária, quase ofegante. Jace estava falando sério? Meu corpo inteiro parecia pegar fogo sob o olhar intenso dele. Era surreal pensar que ele estava ali, ao meu lado, falando comigo com tanta naturalidade. Qual era a probabilidade disso acontecer? Eu tinha passado o dia todo pensando nele.

A lembrança da declaração que ele fizera após terminar com Mackenzie martelava na minha cabeça como uma canção chiclete. Ele disse que gostava de mim, mas a sombra da dúvida me atingia como socos invisíveis no estômago. Eu era apenas uma segunda opção? O pensamento me deixava inquieta.

— Você é obscenamente cruel — ele afirmou novamente, seus olhos fixos nos meus, como se eu tivesse problemas de audição.

— Não — eu respondi, tentando manter a calma enquanto me colocava na ponta dos pés para alcançar alguns livros na prateleira mais alta. — Eu te ouvi. Você fala como se eu pudesse evitar tudo o que digo, mas não consigo controlar meus pensamentos.

Ao encontrar três cópias de Gray's Anatomy um misto de alívio tomou conta de mim. Retirei os livros da prateleira e os entreguei a ele. Jace hesitou por um instante antes de pegá-los, sua expressão revelando um pouco de relutância.

— Eu sei disso — ele disse, olhando para os livros que agora estavam em suas mãos. — Foi apenas uma observação.

— Uma observação cruel — murmurei, cruzando os braços e desviando o olhar para as mesas vazias da biblioteca. O silêncio entre nós parecia denso e carregado de algo não dito.

— Brielle — ele começou, a preocupação visível em seu tom — Você ainda está brava comigo?

— Não, Jace. Já passou — respondi, com um leve sorriso, enquanto pegava os livros que havia lhe entregado.

— Não sei se acredito. Acho que durante todo esse tempo fui uma má pessoa com você.

— Já disse que eu sei que você não teve culpa — reforcei, lembrando da complexidade de nossa amizade. — Além disso, você e Bryan sempre foram os melhores amigos, e a nossa ligação nunca foi das mais desenvolvidas.

Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos agora loiros, como se o peso da culpa estivesse cansando-o. — Mas eu deveria ter agido de forma diferente com você. O que posso fazer para te compensar?

Levantei uma sobrancelha, intrigada. — Nada. Não se preocupe. Está tudo bem.

Começamos a nos afastar da prateleira de livros e seguimos em direção às escadas que levavam ao terraço da biblioteca. O caminho era iluminado por um suave raio de sol da tarde, e as paredes de pedra estavam cobertas por trepadeiras verdes que dançavam levemente com a brisa. À medida que subíamos os degraus, pude ouvir o som distante dos estudantes conversando e rindo no campus abaixo. O ar estava fresco e perfumado com o aroma das flores que bordejavam os caminhos do jardim.

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