NOITES DE ESPERANÇA.

Parte 1

NOITES DE ESPERANÇA!
Dia 22 de Julho de 2015, 22:23.
Esta é só mais uma noite. Podia dizer que era melhor e mais feliz que as outras mas estaria a mentir. O mesmo sentimento continua aqui, mesmo sem saber o porquê, sinto um vazio enorme, talvez por não estares aqui, ou talvez porque sentir-me sozinha já é habitual. Parecem todos tão afastados á minha volta, sem terem noção do que realmente se passa, do que eu sinto ou do que me está a fazer sofrer. É como se eu fosse invisível, ou talvez seja por mostrar esta faceta fria que afasta toda a gente, por vezes mesmo sem querer. Mas isto não é culpa minha, apenas um dia amei demais e sofri demais, acabando por ter de encontrar uma proteção. E foi a única que encontrei, pelo menos a que me impedia de mostrar que sou fraca ou que realmente me importo. Demais até. Poucos dias se passaram mas sinto que foste embora á uma eternidade. E mesmo sabendo que não foste de vez, quero-te sempre aqui, quero saber que estas bem, quero aprender a cuidar de ti. Embora que nao seja fácil chegar a ti, pareces tão difícil de alcançar. Assim paço as minhas noites, na esperança que um dia sintas o que eu sinto por ti.
Por vezes nós não temos noção do mal que uma pessoa nos pode fazer, porque somos ingênuos e não pensamos nas consequências disso, o quanto podemos vir a sofrer á custa dos outros. Neste caso da pessoa que amamos. E eu pergunto-me como é que deixamos levar as coisas até esse ponto? Perdemos a cabeça, levamos as coisas até estremos que não queríamos, por vezes automutilamo-nos para quê? Do que nos serve isso? Ajuda sim, pode fazer a dor ir-se embora por breves momentos mas depois ela vai voltar, e só nos vai mostrar o quanto fácil é nos magoar mos, tão rápido podemos perder a única luz que temos na nossa vida. É cruel e injusto, mas infelizmente é assim.
Até um certo ponto pensamos que vai correr tudo bem, até uma certa idade. Mas depois de tanto desgosto começamos a ver que o mundo não vale a pena, a nossa vida não vale a pena, e questionamo-nos até, se nós próprios valemos a pena. O amor perde a sua razão de ser, não percebemos o que nos faz bem e o que nos faz mal, vamos fiados em coisas que não são verdade, não são realidade. São apenas fantasias da nossa cabeça. Uma cabeça que não aguenta tanta desilusão, e um coração que se pensasse, ele pararia.
Eu cheguei ao ponto de pedir no meu dia de anos, no dia em que fiz 14 anos, enquanto assoprava as velas, o desejo de morrer. Eu desejei estar morta. Se me arrependo? Não, não me arrependo. Mas assusta-me pensar que cheguei a esse ponto. Eu não quero isso para mim, e não desejo isso a ninguém.