Parte 2

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Nem sempre temos o que queremos, isso é certo. Acho que é preciso perdemos para dar valor ao que tínhamos antes. Eu perdi a minha auto estima, a minha sanidade, tudo o que restava de mim.
Vejo o meu irmão passar por alguns problemas, os mesmos que eu no que diz respeito á família, mas não entendo como ele pode estar tão calmo e indiferente a tudo isso. Afinal, família é tudo o que temos, e uma vez destruída nunca mais será a mesma. Tento juntar todos os pedaços, todas as memórias que eu tenho, mas há muita dor em todas elas, mesmo nas que parecia mais feliz só agora entendi que na realidade eu estava a viver um sonho, aquela não era a realidade. Talvez não entendesse por ser muita nova, ou talvez não quisesse entender.
E tu, tu meu amor, és a pessoa de quem eu mais precisava neste momento sem ti sinto um vazio. É como se estivesse incompleta. Será que é possível amar tanto uma pessoa, mesmo sabendo que ela não sente o mesmo por nós? Pelo menos não dessa maneira.
Tentamos tapar os olhos, ver só as qualidades não os defeitos, mas acabamos sempre por ter de os encarar. Mas temos sempre de os encarar da pior maneira, abrimos os olhos duma maneira cruel.
A minha mente tem se tornado um lugar assustador, dia após dia, desilusão após desilusão. Mudei, eu própria não me reconheço quando me olho ao espelho, não fisicamente mas psicologicamente. Sei que tenho os meus valores, mas trago uma dor dentro de mim, acumulada, que acho que por vezes me faz esquecer deles.
A verdade dói, mas estar perdida é muito pior.
Sinto vontade de te tocar, de te beijar, dos momentos em que estávamos só tu e eu. Para ti podia apenas significar prazer, mas para mim significava muito mais que isso. Era nesses momentos em que eu me sentia viva, uma pessoa totalmente diferente. Sem rancor, dor, sem nada. Mas depois caiu em mim, e vejo que nao vale de nada sentir isso, se tu não sentes o mesmo por mim.

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