Parte 4

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Todos nós temos os nossos demônios. Demônios que não nos deixam sossegados, não nos deixam dormir muito menos sonhar. Como posso eu dormir se não tenho sonhos? A minha mente só está aberta a pensamentos ruins, e a única coisa que posso ter é pesadelos. Pesadelos que na verdade acontecem todos os dias, mas na vida real. Pesadelos que nos deixam inquietos e nós imploramos que eles acabem o mais depressa possível. Mas eles não acabam e vão-se tornando cada vez mais suicidas e longos.
Eu devia sorrir mais, é verdade. Mas, para quê sorrir sem motivos? Apenas para que os outros não se sentiam mal por eu estar infeliz? Para tentar esconder o que sinto? Não me parece bem, não é fácil acordar de manhã com um sorriso na cara quando passas-te a noite toda me branco, longas horas com este sentimento de culpa inútil. Para muitos os desabafos que temos não passam de exageros e loucuras, mas só apenas para os que não entendem, para os que nunca passar por isto. Os que passaram sabem o que é precisar de um abraço e não ter a quem o pedir, ou ter medo de o pedir. Sabem o que é a dor de querer e não poder ter. A dor de sermos rejeitados e usados como se não fossemos mais que brinquedos. Mas estes brinquedos têm coração. Um coração cansado, magoado que por vezes nem explicar o que sente ele consegue. Faltam-lhe as palavras e as lágrimas por tanto já ter chorado e falado em vão. Tentado pedir ajuda sem ninguém o ajudar ou o amar, por nunca ter conseguido ser feliz. Não me orgulho de o dizer, mas é a realidade. É como um tipo de depressão.

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