III- Um Vampiro e Um Lobo

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"Os imortais carregam o peso da criação; os vampiros, o peso da maldição. Ambos dançam à beira do abismo."


O confronto de Hermon - 600 anos após o Surgimento da Ordem dos Feiticeiros

A lua, alta e opaca, lançava uma luz esbranquiçada sobre as ruínas da antiga fortaleza. O vento cortante trazia o cheiro musgoso das terras de Basã, mesclado com o intenso cheiro de sangue das ruas escarlates. O eco do trovão distante, marcava o cenário de um confronto iminente. No coração do campo de batalha, entre escombros e sombras do que um dia fora a cidadela de Hermon, dois seres de poder incomensurável se preparavam para um duelo que marcaria o começo de uma longa batalha.

De um lado, estava Lazúli, o imortal do vazio, de presença majestosa e olhar penetrante. Vestindo uma armadura de placas finas, quase translúcidas, que brilhavam com uma luz interna. Em sua mão, segurava uma espada antiga, cujo aço parecia vibrar com uma energia ancestral. Seus olhos, de um azul profundo, eram como dois poços de serenidade em meio ao caos.

Do outro lado, em uma aura de trevas, ergueu-se Caim. Sua figura era envolta em um manto negro, que se movia como fumaça ao vento. Seus olhos eram de um vermelho escarlate intenso, como brasas vivas, e seus dentes afiados como lâminas brilhavam ameaçadoramente na penumbra.

Namjoon, com sua determinação inabalável, lutava para proteger o equilíbrio do mundo, enquanto Caim, com uma fome insaciável de poder, desejava subverter a ordem estabelecida.

📜📿

A jovem Hobi, com a criança nos braços, encontrou um momento de calma enquanto a menina parecia se acomodar em um novo lar. Ekanite e Citrino, ainda atentos e vigilantes, observaram com curiosidade a transformação no comportamento da criança. Lazúli, agora, em um novo ser, parecia reclamar com pressa um novo começo, mas o corpo pequeno e frágil que escolhera, não conseguia acompanhar a urgência em seu poder.

Temendo despertar a pequena Kim Nanu e acabar por desencadear um novo manancial de berros e choros, Seokjin sussurra aos ouvidos de Jimin.

— Também está temeroso, meu irmão?

— Bastante. A ponto de quase cogitar te pedir para que cante em meus ouvidos e embriague minha mente com calmaria.

— Se em mim também tivesse efeito, teria prazer em entoar com altivez o rico Canto da Bonança.

— Achei que teríamos mais tempo, sequer treinamos feiticeiros suficientes!

— Creio que o nosso irmão não arriscaria um retorno tão precoce por puro capricho. Por mais teimoso que ele possa ser, imagino que a paz que por hora desfrutamos está com seus dias contados.

— Será este o início da profecia?

— Não sei, mas, certamente, toda a guerra e destruição que nosso irmão evitou com seu sacrifício nas ruínas de Hermon, não poderão ser evitados novamente. Não por uma criança em suas fraldas de pano.

— Espero que ao menos, em sua infinita sabedoria, ele tenha nos deixado alguma luz do que fazer em seus diários.

Jimin almejava por um fio de esperança nas linhas dos diários pessoais que Namjoon tão secretamente escrevia. Lembrava que o irmão sempre dizia que quando chegasse a hora, as palavras gravadas naqueles diários, revelariam segredos do passado e alterariam o curso do futuro dos seres daquela terra. E sentia em cada corpúsculo mágico que compunha sua existência que a dada hora era chegada.

Mas havia um problema.

— Ele sumiram!

O sacerdote, encarregado de trazer-lhes os diários de Lazúli, retornou, afoito, da biblioteca do templo.

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⏰ Última atualização: Jan 05 ⏰

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