Aos quinze anos, Ao'nung possuía uma obsessão nada comum e muito menos saudável pelo filho mais velho de Toruk Makto. Aos dezoito, isso não havia mudado.
Após Neteyam despertar de seu coma, o Omaticaya retorna não só com uma nova aparência, mas tam...
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Falam que a culpa é como se fosse um monstro. Ela te engole de dentro para fora, até que não reste nada além da sua consciência mastigada.
A culpa te consome, te deixa doente e muitas das vezes te faz questionar suas decisões futuras. As vezes, você sente que tem a vontade de desistir. De se entregar para a culpa. Mas em algumas dessas vezes, você também tem o desejo de se entregar ao perdão.
Ao'nung tecia algumas redes, olhando para o nada e mergulhando num mar de culpa e martírio que sua mente alcoólatra havia criado.
Não sabia o porquê, mas estava sem beber desde o dia em que tudo aquilo havia ocorrido.
Desde o dia em que descobriu seu mais novo vício.
Neteyam Sully.
Sua pele azulada, seu sorriso brilhante e sua personalidade. Um puro mar de vícios e traumas servidos de graça, que Ao'nung não se importaria em se afogar.
Parecia que no momento em que tocou na pele do Sully, as coisas haviam mudado. Era como se a pele de Ao'nung necessitasse entrar em contato com a de Neteyam. Como se seus olhos tivessem de estar constantemente observando a figura alta e esbelta andando por aí e agindo como se a existência do Hului fosse um tipo de câncer que gostaria de manter distância.
Ao'nung, pela primeira vez em três anos, se sentiu arrependido por sua decisão. Ele sabia que devia ter dito não, que devia mandar Lo'ak parar e ir embora. Mas ele não conseguia. Era como se ele sempre fizesse tudo errado. Sentia que havia nascido para cometer e escolher as decisões erradas.
Ele nunca havia acreditado em si. Acreditado que poderia fazer a coisa certa. Acreditado que poderia se escolher ao invés de escolher aquilo que as pessoas escolheram pra ele.
O Hului é despertado de sua crise existencial quando nota Rotxo andando não muito longe de onde o mesmo estava.
Ao'nung larga a rede e corre até o amigo, que nota a presença do outro e fecha a cara.
-Rotxo!
Chama, percebendo que o amigo não deu a mínima. Ao'nung revira os olhos e bufa, sentindo-se um tanto ignorado.
-Cara!
Exclama de novo, observando o amigo bufar e permanecer andando.
Ao'nung logo corre até ele e o joga no chão, fazendo o garoto dar um grito com tamanha surpresa.