Capítulo 44: O Segredo Revelado

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Bruno estacionou em frente ao prédio, seu coração martelando no peito. Ele leu o endereço no papel mais uma vez, como se precisasse se certificar de que estava no lugar certo. Respirou fundo e saiu do carro, andando com pressa até a entrada do edifício.

Sem hesitar, apertou a campainha várias vezes.

— Rose! — Ele chamou, sua voz carregada de urgência.

Dentro do apartamento, Rose estava no quarto, sentada na cama, perdida em pensamentos. Seus olhos estavam inchados de tanto chorar nos últimos dias. Quando ouviu a campainha tocando insistentemente e a voz de Bruno chamando por ela, seu coração quase saltou do peito.

Ela cobriu a boca com as mãos, tentando abafar um soluço. Ela não estava pronta para isso. Mas ele estava ali.

— Rose, por favor, abre essa porta! — Bruno implorou, batendo contra a madeira. — Eu preciso falar com você!

Rose se levantou hesitante, seus pés descalços frios contra o chão. Caminhou até a porta, mas não teve coragem de abrir.

— Eu te amo, Rose! — Bruno continuou, sua voz ficando mais rouca. — Eu faria qualquer coisa pra te ver feliz! Qualquer coisa! Mas você sumiu, me deixou no escuro… E eu não entendo! O que está acontecendo?

Rose fechou os olhos, lágrimas escorrendo silenciosamente pelo seu rosto. Ele estava sofrendo. Ela podia sentir cada palavra atravessando seu coração como lâminas afiadas.

— Rose, eu sei que você está aí! — Ele insistiu. — Por favor, abre essa porta… Seja o que for, eu não vou te julgar. Eu só preciso saber!

A jovem engoliu em seco e, finalmente, falou pela primeira vez:

— Vai embora, Bruno… — sua voz saiu trêmula, tomada pelo choro.

Do outro lado da porta, Bruno fechou os olhos, frustrado.

— Eu não vou a lugar nenhum! — Ele disse com firmeza. — Eu não vou te deixar fugir disso. O que você está escondendo de mim pra nem conseguir me olhar nos olhos?

Rose se encolheu contra a porta, sentindo o peso da verdade a esmagando.

— Eu… Eu não queria que você me odiasse… — ela confessou, com a voz embargada.

Bruno sentiu um aperto no peito.

— Odiar você? — Ele perguntou, perplexo. — Rose, pelo amor de Deus… O que poderia me fazer te odiar?

Rose apenas soluçou, incapaz de responder.

Bruno respirou fundo e pressionou a testa contra a porta.

— Abre a porta, amor… — Ele pediu, sua voz agora um sussurro. — O que quer que seja, nós podemos enfrentar juntos. Eu não vou embora.

Minutos se passaram em silêncio, apenas os soluços de Rose preenchendo o ambiente. Então, finalmente, ele ouviu o barulho da tranca sendo destravada.

Bruno não hesitou. Assim que a porta se abriu minimamente, ele a empurrou suavemente e entrou.

E então ele a viu.

Rose estava ali, diante dele, uma sombra do que era antes. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, seus lábios tremiam. Ela parecia tão frágil, tão pequena…

Bruno engoliu em seco, seu coração apertando no peito.

— Rose… — Ele murmurou, se aproximando lentamente.

Ela desviou o olhar, lágrimas escorrendo livremente por seu rosto.

— Me diz o que está acontecendo. — Ele pediu, segurando delicadamente suas mãos frias.

Rose fechou os olhos com força, reunindo coragem.

— Eu… Eu queria que você me perdoasse… — ela começou, sua voz quebrada.

— Perdoar pelo quê? — Bruno perguntou, confuso.

Rose respirou fundo.

— Pelo que eu escondi de você.

Bruno franziu o cenho.

— Me conta… Por favor.

Rose começou a contar tudo.

— Desde o dia em que passou mal, as amigas a levando ao hospital, os exames… Cada detalhe pesava como chumbo sobre ela.

Bruno ouvia atentamente, sua expressão preocupada. Ele podia ver o quão difícil era para ela contar aquilo.

E então, ela chegou ao ápice da história.

— Os médicos… disseram que eu estou grávida.

O silêncio caiu como uma bomba.

Rose desabou em prantos.

Bruno permaneceu imóvel, seu rosto sem expressão por um momento. Ele piscou lentamente, como se processasse a informação.

Rose esperou qualquer reação dele. Um grito, uma explosão de raiva, um passo para trás. Mas ele não se moveu.

Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto de Bruno.

— Então… por isso… — Ele murmurou, sua voz mal saindo.

Rose cobriu o rosto com as mãos, sentindo-se cada vez menor.

— Eu fiquei desesperada! — Ela confessou. — Eu não sabia o que fazer! Eu não sabia como você reagiria! Não foi nada planejado… Eu… Eu tive medo!

Bruno fechou os olhos e passou as mãos pelo rosto e pelos cabelos, respirando fundo. Sua mente girava.

Ele não conseguia acreditar.

Ele ia ser pai.

— Então sua solução foi esconder isso de mim? — Ele perguntou, ainda em choque.

Rose apenas assentiu, chorando mais.

Bruno sentiu uma onda de emoções se misturarem dentro dele. Ele não estava bravo pelo bebê. Pelo contrário. Ele só não conseguia aceitar que Rose realmente pensou que ele a odiaria por isso.

— Por quanto tempo você ia esconder isso de mim? — Ele perguntou, sua voz carregada de dor.

Rose soluçou.

— Eu não sei… Eu só… Eu só não queria que você me odiasse por ter gerado um filho sem a gente planejar.

Bruno balançou a cabeça, incrédulo.

— Rose… — Ele segurou o rosto dela com ambas as mãos, forçando-a a olhar para ele. — Esse bebê não é só seu. Ele é nosso. Essa responsabilidade é nossa.

Rose mordeu o lábio, os olhos fixos nos dele.

— Você não me odeia? — Ela sussurrou.

Bruno riu sem humor, passando os polegares suavemente pelo rosto dela.

— Eu nunca poderia te odiar, Rose. — Ele disse, sincero. — Mas você me machucou. Não por estar grávida. Mas por ter me excluído disso.

Rose fechou os olhos, se sentindo culpada.

Bruno suspirou, tentando se acalmar.

— Eu te amo, Rose. Eu te amo mais do que tudo. E agora, eu também amo esse bebê. Mas, por favor… Nunca mais esconda nada assim de mim.

Rose assentiu, chorando contra as mãos dele.

Bruno a puxou para um abraço apertado, sentindo o coração dela batendo rápido contra o seu peito.

Ele sabia que ainda havia muitas coisas para resolver. Mas, naquele momento, só o que importava era o fato de que ele não ia a lugar nenhum.

Eles enfrentariam aquilo juntos.

Como sempre deveria ter sido.

Além da Melodia - Rosé & Bruno Mars Onde histórias criam vida. Descubra agora