7 - Nya?

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Ao chegarmos a estação de Yonohonmachi acordei Sakita Haru, que estava sonolenta sentada ao meu lado, dentro do trêm. Paramos para comprar croquetes de curry na padaria dentro daquele lugar e logo estavamos andando pela pequena praça na frente da estação.

"Que... Frio..."

O habitual vento das ruas de Saitama parecia ter trocado de lugar com alguma massa polar, cortando ao passar por nós. Não havia o que fazer, faltava menos de três semanas para acabar o ano e já estava quase na hora do bom velhinho de trenó fazer uma visita a nós, o que siginificava que o inverno estava chegando para ficar e logo teriamos a companhia de flocos fofos e brancos a cair sobre nós.

"Sabe, eu amo aqueles croquetes, mas o chocolate quente deles é o melhor!"

"Sério? Acho que eu devo tomar algum dia desses."

"Sim sim."

Após sair da praça e cruzar a estrada principal, entramos em uma rua estreita. Estavamos com as mãos no bolso, encolhidos, com fumaça saindo de nossas bocas, nem parecia aqueles dois que estavam correndo por Akihabara, animados.

Mesmo assim andavamos despreocupados, falando sobre o que vinha na cabeça, literalmente jogando conversa fora. Bem, após horas ao lado de uma pessoa achar um bom assunto para conversar se torna uma tarefa bem difícil.

"...Mas eu não vou muito com a cara de Tsunderes, sei lá."

"Que irônico, hein?"

"..."

Haru ficou calada, desviando o olhar. Certamente eu tinha feito um comentário que ela não tinha gostado, era hora de me desculpar.

"Foi mal Haru, não quis falar por mal."

"Não é isso... Você não ta sentindo isso?"

"O que?"

"Como se alguém tivesse nos observando?"

Concordei com a cabeça, o que fez a garota fixar seu olhar para trás, se aproximando de mim. No dia anterior, quando eu voltava para o dormitório, senti a mesma coisa quando passava por aquela rua, a cada passo que eu dava o sentimento ficava mais presente, o que quase me fez partir em disparada até a proxima esquina mais iluminada.

"Haru, vamos."

"..."

Sakita Haru não se movia , só olhava para a lateral da rua, onde arbustos haviam tomado conta do local.

Foi quando um desses arbustos balançou subitamente e após disso nos cumprimentou com um par de olhos com um brilho avermelhado.

"KYAAAA!"

A Akiba-kei ao meu lado gritou e, em um pulo, agarrou me braço. Eu não conseguia me mover, não sabia o que fazer naquele momento.

"Ca-calma, Haru."

"Ka-kazuto, e-e-e-e agora?"

Os olhos brilhantes ainda nos encaravam diretamente por de trás daquele arbusto, olhos de um caçador nato, esperando ao momento certo para atacar sua presa.

O arbusto começou a chacoalhar mais forte, aqueles olhos começaram a se aproximar.

Foi quando...

山手線 - Linha YamanoteOnde histórias criam vida. Descubra agora