Princesa de Gelo

Capítulo 1

Era uma noite linda, as estrelas brilhavam como nunca, a lua estava cheia e parecia como aquelas dos filmes, que ficam tão grandes que parecem que estão bem próximas.
Tudo parecia perfeito para uma noite de romance, eu estava com meu namorado Tyler, nós estávamos juntos já havia um tempo, e até que comparado ao meu histórico de relacionamentos tudo ia bem.
- Nossa, como essa noite esta linda! - Tyler disse se virando para mim.
- Estava pensando nisso agora mesmo. - enquanto falava encostava minha cabeça em seu ombro e ele me trazia mais perto dele e me abraçando mais forte.
Ele me deu um beijo e disse:
- Eu te amo.
"Essa não, essas três palavras agora não" pensei comigo mesma "Vamos lá Mônica, você consegue"
- Eu... Eu... Eu não consigo. - disse - Desculpa não da.
Me levantei tão rápido e simplesmente sai de seu abraço.
- Moon o que houve? - ele disse segurando uma das minhas mãos antes que eu pudesse me afastar.
- Eu não posso mais fazer isso, não da. Acabou Tyler.
Disse isso e me soltei, sai correndo antes que ele pudesse me alcançar, tinha lagrimas em meus olhos.
***
Acordo no dia seguinte com minha mãe gritando, como sempre. Esfrego os olhos e vou para o banheiro.
Quando me olho no espelho não entendo bem o que vejo.
Vejo uma menina de 16 anos com olhos castanhos intensos, uma boca bem desenhada, cabelos também castanhos, nem longos nem curtos, nem lisos nem cacheados, um pouco de cada. Essa menina poderia ser linda, mas uma expressão triste domina seu rosto, e não posso deixar isso transparecer, lavo a cara e termino de me arrumar, então vou até a cozinha para tomar café e encontrar minha mãe.
- Bom dia mãe. - digo colocando minha bolsa na mesa e me virando para procurar algo para comer.
- Bom dia... - minha mãe diz sem nem olhar para mim - Por que voltou tão tarde ontem?
Com a minha mãe era assim, direto, curto e grosso. A verdade é, minha noite com Tyler acabou cedo, bem mais do que havia planejado, mas tecnicamente não fui bem para casa.
Desde meus cinco anos descobrir um esconderijo para quando ficava triste, uma árvore grande no quintal, eu ficava no topo escondida onde ninguém podia me ver, normalmente eu ficava olhando o céu ou simplesmente aproveitava o tempo. Quando descobrir foi um motivo que talvez você ache meio idiota, descobrir que meu coelhinho havia sido morto, chorei muito, até que minha mãe começou a me brigar, e disse que se me viesse mais uma vez chorando eu ia ficar de castigo. Mas não consegui parar, então olhei a árvore da janela no meu quarto, não foi fácil subir, mas depois de um tempo consegui, me senti muito bem lá em cima.
Desde então lá se tornou meu esconderijo, e era lá que estava ontem.
- Quando tava voltando encontrei uma amiga e acabamos nos distraindo, fazia tempo que não nos víamos. - lógico que não falaria o que realmente houve, minha mãe chamaria de infantilidade e blá blá blá.
- Tu e tuas amigas, nossa como você é popular em? - ela disse rindo com um tom de sarcasmo.
Só fiz revirar os olhos, peguei uma maçã, minha bolsa e simplesmente disse:
- To saindo, tchau.
- Tchau...
Fui caminhando para escola, como sempre, eu ia sozinha, ficava pensando em varias coisas algumas nem faziam sentido, na verdade nenhum fazia, por isso vou poupa-lo disso.
Chego na escola e acontece o mesmo de sempre, as pessoas me olham e começam a falar as coisas "disfarçadamente" ( até parece que não entendo nada ), provavelmente o assunto é a princesa de gelo ataca novamente, mais um apaixonado é vítima da menina fria sem coração e blá blá blá...
Vou direto para minha sala, mas no meio do caminho, literalmente esbarro com alguém que não faço a minima ideia de quem é, e acabo no chão.
- Nossa, me desculpe - disse ele, me ajudando a pegar meus livros e a me levantar - Sou meio distraído
- Eu sou completamente, então acho que a culpa é minha - digo sorrindo, mas então eu paro - Desculpa.
E simplesmente sigo em frente, sem olhar para trás.
Quando chego na sala, sento no meu cantinho escondido e espero a aula começar. Enfim entra a professora Amélia, uma senhora preste a se aposentar que da as aulas de filosofia.
- Bom dia turma - ela diz - antes de mais nada, quero apresentar nossos mais novos alunos.
Dois alunos entram, um eu reconheço sendo o que eu me esbarrei, ele me reconhece, sorrir e acena para mim, e eu aceno de volta meio que me escondendo.
O outro simplesmente não consigo explicar o que pensei sobre ele naquele momento...