Cap 45 - Gotículas de água

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Aconselho escutar a música "Garota de Ipanema - 2006 version" da Lisa Ono a partir do segundo 30 para ler esse capítulo.

Rosamaria - França

Durante o treino fiz o de sempre, dei o meu máximo em todos os fundamentos e claro que não deixei de reparar em como as outras meninas estavam se saindo bem, em especial Luna, que se destacou com seu saque, o qual eu arrisco falar que foi na mesma potência ou mais forte do que o de Ana Cristina, e com seu bloqueio excepcional.

Talvez eu estivesse reparando de mais nela, mas qual o problema? É hipnotizante ver seu desempenho e todos os movimentos coordenados que saem de forma tão natural que parece mais uma dança.

Assim que esse momento foi encerrado voltamos para a vila olímpica, visto que Zé Roberto havia planejado um treino na academia, na parte da tarde.

— Vou no fisio. — Betinha avisou assim que saiu do banheiro, me fazendo concordar.

Eu já tinha tomado banho e me encontrava relaxando na minha cama. A Gimenez estava no banheiro tomando o seu banho, ela entrou assim que Roberta saiu, então é bem provável que nem tenha escutado quando a Ratzke comunicou que iria na fisioterapia.

Em alguns minutos a porta do banheiro se abriu e Luna saiu do banheiro com uma toalha enrolada no cabelo, vestida com um conjunto confortável, o qual era composto por uma regata, que deixava seus braços e ombros definidos expostos, e um short, não muito curto, mas também não muito longo, estava na medida correta para deixar suas pernas a vista de quem bem quisesse ver. Não pude deixar de reparar nas gotículas de água que ainda escorriam pelo seu corpo definido.

Engoli em seco e desviei o olhar antes que ela pudesse perceber que eu estava encarando de mais. A mesma fechou a porta do banheiro e seguiu para sua cama, ficando de costas para mim e demonstrando suas costas tão bem desenhadas pelos músculos que facilmente poderia ser considerada uma obra de arte. Quando Luna soltou a toalha de seu cabelo pude reparar nas suas ondas leves que pareciam brigar por espaço. Ela sempre vivia de chapinha, é até impressionante vê-la assim.

Seu cabelo bagunçado só lhe dava um charme a mais e a deixava extremamente atraente. Que merda. Eu forçava meu olhar para o celular em minhas mãos, mas não conseguia evitar dar uma olhada ou outra de vez em quando.

— Para onde Betinha foi? — Perguntou baixo, quebrando o silêncio e fazendo eu me arrepiar por completa.

— No fisio. — Respondi, tentando controlar minha voz que saiu mais baixa do que eu gostaria.

— Ontem você não deu massagem no joelho, né? Afinal nem tivemos tempo. — Falou terminando de finalizar o cabelo e eu apenas concordei com a cabeça.

Ela se direcionou para o armário onde eu guardava o gel e pegou o mesmo para logo em seguida vir na minha direção.

— Estica o joelho. — Pediu.

— Você nem sabe se eu quero que você dê essa massagem. — Brinquei.

— Para de implicância e faz logo o que eu disse. — Respondeu rindo e meu olhar desceu direto de seus olhos para sua boca.

Sua risada estava se tornando música para meus ouvidos, não qualquer música e sim uma das melhores do mundo, tenho certeza disso. Cada vez que ouço seu riso eu sinto algo algo que ainda não sei o que é. Mas é um tipo de paz.

Fiz o que ela havia pedido e estiquei o joelho. Como nas outras vezes ela fazia os movimentos com maestria e acertava os cantos em que estava mais inflamado com uma facilidade impressionante.

Entre a competição e o coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora