Jogada Política - Parte II

Capítulo 107

Capítulo 107

O choro agudo invadiu rapidamente o quarto e Dulce abriu os olhos no instante seguinte, encarando rapidamente a babá eletrônica, e notando o quanto a filha parecia insatisfeita no berço.

Bocejou e girou o corpo na cama, na intenção de não acordar o noivo ao sair da cama. No entanto, assim que virou-se para o lado, viu que o senador já estava sentado com as costas apoiada na cabeceira e digitando seriamente no celular.

Ela olhou para o aparelho da Alexa ao lado cama e viu que a caixinha marcava 5:47am, ainda era cedo demais para que o homem estivesse acordado.

— Alex. – tocou a perna dele. – O que está fazendo?

— Conversando com o Poncho. – respondeu sem mirá-la.

Dulce guardou as perguntas para si e apenas girou os olhos, pouco disposta a discutir com o noivo naquele momento.

Levantou-se rapidamente e foi para o quarto da filha enquanto espreguiçava-se e esticava os braços.

— Bom dia, minha vida! – Dulce sorriu ao pegar a menina no colo. – Dona do pulmão mais forte desse país. – beijou-lhe o rosto de maneira carinhosa.

Primeiro trocou a fralda de María Fernanda, depois escolheu a roupa mais fresca para a menina, e por último a levou para o próprio quarto.

Viu que o noivo seguia concentrado no celular e que a expressão tornava-se cada vez mais séria e fechada.

Sentou-se ao lado dele, acomodou alguns travesseiros embaixo do braço e abaixou a alça da camisola, para logo entregar o seio para a filha. María Fernanda abocanhou o peito da mãe em seguida, mantendo uma das mãos sobre a região, como se quisesse garantir que ninguém a tiraria dali tão cedo.

— Inferno. – Christopher murmurou enquanto escrevia no celular.

— Hm-hm. – Dulce pigarreou, sem olhá-lo.

— Desculpe, amor. – ele respirou fundo. – Não quis falar na frente dela.

— E você notou que ela está aqui? – então girou o rosto para ele. – Que nós duas estamos.

— Perdão. – mirou a noiva. – Me perdoa por isso. – beijou o rosto dela. – Já comecei o dia errando feio com vocês. – aproximou-se para beijar a filha, mas a menina subiu a mão, na tentativa de afastá-lo. – Gatita! – arregalou os olhos e a morena riu. – Não ria, Dulce María!

— Muito bem, filha. – Dulce disse em tom provocativo. – Dê uma lição no feioso do seu pai!

— Amor! – olhou-a com espanto. – Poxa vida!

— É para você aprender a tratar direito as suas meninas. – arqueou as sobrancelhas. – Tanta declaração de amor, mas eu acordei e não ganhei um beijo sequer. Sua gatita estava se esgoelando no quarto ao lado.

— Me desculpe. – coçou a cabeça. – Perdão, vai. Por favor, foi mal.

— Vou pensar a respeito. – deu de ombros. – E farei isso mais tarde, porque agora estou ocupada dando de mamar para a Marifer.

— Amor... – encostou-se a ela. – Me desculpe. – deitou a cabeça em seu ombro. – Eu te amo, sabia? Amo vocês duas.

— Que bonito. – disse com ironia. – Ama com gestos também? Ou vai ficar apenas nas palavras?

— Com gestos. – beijou-lhe o pescoço. – Com carinho. – subiu os lábios pelo rosto dela. – E com beijos... muitos e muitos beijos. – deu um selinho nela. – Dos mais inocentes aos mais proibidos.