Capítulo 12

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  Uma luz forte insistia em querer me acordar, incomodada me virei de costas pra luz. Senti baços em volta da minha cintura me apertarem contra algo, ou melhor, alguém e encostarem algo em meu pescoço. Lentamente me lembrei da noite anterior, caçadores, a morte de meu pai, Felipe me carregando para longe e então o sono me consumindo e eu apagando. 

   Abri meus olhos vagarosamente, com sono ainda, eu me encontrava com a cabeça perto do ombro de alguém. Senti um forte cheiro familiar...Felipe, assim que percebi que era ele, coloquei minhas mãos contra seu peito e o empurrei, mas, seu aperto ficou mais forte, de forma a me manter perto.
   

  -Me solta- sibilei de raiva.

  Um resmungo que não poderia ser comparado a nada, foi tudo que recebi de volta.

   Eu o empurrei e ele foi pro chão, subitamente acordado, ele se levantou rapidamente e me encarou com olhar perplexo.

  Antes que ele conseguisse dizer ou fazer alguma coisa me levantei e já estava saindo. Sai correndo e de alguma forma consegui encontrar a saída. Internamente eu não parava de implorar para que aquilo fosse somente um pesadelo terrível e quando eu acordasse, ligaria para casa e falaria por horas com meu pai. Mas por mais que eu quisesse isso, eu sabia muito bem que tudo isso era verdade e não teria volta.

  Lagrimas insistiam em querer cair, e devo admitir que algumas tiveram sucesso, mas estava no meio da rua, vendo o caus que a cidade estava e segurei o choro para não chorar na frente das pessoas que estavam na rua. 

  Cheguei em casa, a porta estava aberta, entrei pela cozinha, minha mãe estava lá, o rosto estava vermelho e inchado por causa do choro, fui até ela e a abracei e nós duas choramos como se houvesse um rio dentro da gente. 

 ***

  Quando eu finalmente consegui me acalmar, liguei para Enzo e lhe expliquei a situação, e ele disse que tomaria providencias para que a alcateia ficasse segura e preparada, para o caso de aqueles caçadores não estarem sozinhos.

  O enterro de meu pai tinha terminado a noite, e minha mãe lutava para continuar acordada, depois de deixa-la na cama, subi as escadas até meu quarto e sentei na cama e tentei só lembrar de momentos felizes com meu pai, até que finalmente adormeci.

  Eu queria poder dizer que sonhei com meu pai e vi sua alegria novamente, mas diferente da outra noite onde eu felizmente tinha apagado, sem sonho sem nada, dessa vez eu tive pesadelos. Eu via e revia sua morte e meu corpo paralizava e eu por mais que tentasse não conseguia impedir sua morte. Acordei no susto, meu corpo tremia e minha respiração estava forte e irregular. Olhei pela janela, ainda estava escuro, voltei meu olhar para o despertador encima do criando-mudo, 3:30 da manha. 

  Subitamente tive uma ideia, uma ideia idiota e irresponsável, que era nada mais, nada menos do que eu precisava fazer para me acalmar de vez, teria uma pequena reunião com um certo líder caçador.

  Sai de casa e me transformei, comecei a correr até sentir o cheiro dele, só pode estar tirando sarro da minha cara, o que ele faz aqui? Parei e olhei para traz.

  -O que você faz aqui?- perguntei sem rodeios.

  -Eu sei onde este caminho vai dar- legal, ele me seguiu só para dar aula de geografia- portanto vou com você!

  -Mas não vai mesmo!- me voltei para ele, quase mostrando as presas.

  -Eu vou com você- ele repetiu.

  -Por que?-perguntei, o que ele ganha em ir comigo?

  -Eu gostaria de saber a resposta- respondeu Felipe de forma enigmática.

  Ele veio até o meio lado e esperou, e em vez de um lobo enorme, mortal e feroz, ele mais parecia um cachorrinho obediente, querendo fazer qualquer coisa, só para agradar o dono. 

  - Certo, só que você terá de acompanhar o meu ritmo- falei devagar.

  - Será moleza- ele parecia mais animado.

  Por que será que parece que vou me arrepender? 

  Oi gente! Tudo bom? Vocês me desculpam por essa demora? É que eu estava sem ideias! Alem do mais eu estava estudando de dia e trabalhando a tarde, por isso a hora que eu entrei de ferias fiquei preguiçosa por não precisar fazer nada. Desculpa. Mas de agora em diante pretendo postar todo sábado. Beijos.




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